? O programa favorece o diálogo entre governo, agricultores, extensionistas e cientistas ? destaca o agrônomo José Guilherme Guerra, pesquisador da Embrapa.
A lógica do programa é simples: os grupos de agricultores interessados entram em contato com a CPOrg, na Superintendência Federal de Agricultura do Estado, onde a adesão é avaliada e planejada. A partir daí, começa o curso de capacitação com a distribuição de cartilhas sobre adubação verde das sementes que serão utilizadas no primeiro plantio.
Os agricultores ou entidades representantes assinam um termo com o compromisso de produzir, pelo menos, a mesma quantidade de sementes que receberam para a formação dos bancos familiares ou comunitários.
? A ação é fundamental para a agricultura familiar porque viabiliza a técnica, fornece a matéria-prima, que ainda é de difícil acesso no mercado, e proporciona aumento na produção de forma sustentável ? enfatiza Guerra.
Na fase inicial do programa, os agricultores receberam sementes de crotalária juncea, feijão guandu e mucuna preta, tipos de leguminosas mais populares, com maior capacidade de adaptação a diferentes condições de solo e clima. A demanda regional possibilitou a inclusão de outras espécies. O programa inclui 12 espécies de adubos verdes e ampliará ainda mais essa diversidade a partir do plantio na safra 2010/2011.
O Rio de Janeiro, por exemplo, adotou mais sete espécies, incluindo o nabo forrageiro, o tremoço branco e a ervilhaca, mais propícias ao clima frio característico da região serrana. Atualmente, 174 produtores fluminenses, em 33 municípios, receberam orientações para o uso e manejo dos adubos verdes e a produção de sementes necessárias à formação dos bancos.
O pesquisador da Embrapa Agrobiologia define a adubação verde como uma técnica de caráter multifuncional que melhora as condições químicas, físicas e biológicas do solo.
? É bem diferente de usar um adubo químico que apenas induz o ganho de produção ? analisa.
Expansão do Programa
Em Minas Gerais, um dos destaques nacionais, o programa se consolida como uma política pública para a agricultura. Atualmente, 302 dos 853 municípios têm atividades vinculadas ao programa e 781 agricultores estão envolvidos diretamente por meio de grupos informais, associações ou cooperativas.