Após a abertura dos negócios nos Estados Unidos, o dólar comercial passou a subir frente ao real e chega a R$ 4,04 nesta segunda-feira, 19. O mercado reflete a saída de recursos estrangeiros do país e a tensão que prevalece no exterior desde a semana passada envolvendo a guerra comercial entre Estados Unidos e China, longe de um desfecho.
Às 11h37 (de Brasília), o dólar à vista subia 0,69%, negociado a R$ 4,0330 para venda, depois de oscilar na mínima de R$ 3,9930 (0,30%) e renovar
máximas sucessivas a R$ 4,0440 (+0,97%). O contrato futuro para setembro subia 0,61%, a R$ 4,0360.
“Tem tido uma saída interessante de recursos de fundos estrangeiros do país, o que fortalece a alta da moeda no mercado local, além de um desconforto do mercado global à espera do que Jerome Powell (presidente do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) pode falar no fim da semana”, comenta o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.
Powell participará do simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira, 23. Na quarta, porém, o Fed divulgará a ata da última reunião da autoridade monetária, no fim de julho, o que para o diretor da corretora, merece atenção já que pode sinalizar a decisão da autoridade monetária para a reunião de setembro.
“Os mercados esperam que Powell dê sinais claros sobre a queda nos juros em setembro, se porventura ele não o fizer, o sentimento nos negócios tende a piorar”, diz o operador de câmbio da Advanced, Alessandro Faganello.
Ele acrescenta que a declaração do secretário de comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, de que o governo norte-americano está ‘muito incomodado’ com parte da força do dólar que ‘se deve à política monetária do Fed’, corrobora para os holofotes se direcionarem às declarações de membros do banco central do país. “Sobretudo de Powell na sexta-feira”, reforça.