As carnes bovinas foram as que tiveram a maior valorização em novembro, com alta de 13,37%. As carnes suínas e as aves ficaram, respectivamente, 6,47% e 3,78% mais caras. No ano, o preço das carnes já acumula alta de 30,55%. A assessora econômica da Fecomercio, Julia Ximenes, destaca que o aumento no preço das carnes não se deve às pressões inflacionarias.
? A elevação dos preços no setor se deve, principalmente, à valorização das proteínas animais no exterior, o que impulsiona o preço interno ? comenta Ximenes.
A assessora explica também que as questões climáticas, como a seca nos pastos e as instabilidades que, ao longo do ano, prejudicaram as safras de commodities como o milho e a soja, produtos que servem de ração para os animais, são outro agravante.
Outro setor fortemente responsável pela elevação do IPV em novembro foi o de supermercados. Em média, os produtos deste segmento ficaram 1,2% mais caros. Apesar de o número não parecer tão expressivo quanto o dos açougues, o setor é o que tem maior peso na composição do indicador, chegando a 32%. Entre os produtos que registraram as maiores altas, destacam-se o açúcar e os adoçantes, que ficaram 10,65% e 8,54% mais caros, respectivamente.
Em novembro, o pãozinho francês e os demais produtos de panificação tiveram aumento de preço em 0,5% e completaram 13 meses de elevação consecutiva.
? Além disso, os preços de doces, bebidas, frios e laticínios estão maiores que nos meses anteriores ? afirma Julia.
A economista ressalta que o encarecimento do pãozinho se deve, principalmente, ao fato de o Brasil não produzir trigo suficiente para suprir a demanda interna, precisando importá-lo. E que a Rússia, principal exportador mundial de trigo, está passando por uma seca que fez o país suspender as vendas.