O dólar comercial reduziu as perdas, mas sustenta queda frente ao real, com poucas oscilações na segunda parte dos negócios, acompanhando o exterior, que apesar de misto, influência algumas das principais moedas de países emergentes que se valorizam frente à moeda estrangeira. No cenário local, na ausência de notícias, o fluxo corrobora para a queda. Às 14h53 (de Brasília), a moeda estrangeira operava em queda de 0,87%, cotada a R$ 4,0610 para venda, depois de renovar mínimas a R$ 4,0530 (-1,07%), enquanto o contrato para outubro tinha queda de 0,52%, a R$ 4,0655. Lá fora, o Dollar Index tinha alta de 0,32%, aos 98,642 pontos.
Para o diretor da Correparti, Ricardo Gomes, com a sessão esvaziada de notícias, o fluxo local reforça o viés baixista do dólar frente ao real. “Não há ruídos hoje”, diz. Ele acrescenta que o movimento do mercado lá fora, refletindo aqui, está “concentrado” na decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) amanhã. Investidores aguardam que o presidente da instituição, Mario Draghi, anuncie um pacote de medidas de estímulos para a zona do euro. “As medidas, que devem impulsionar o crescimento econômico e a inflação da zona do euro, podem incluir cortes de juros e a retomada de compras mensais de ativos”, comenta.
Sobre os números do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla inglês) dos Estados Unidos, em agosto, divulgados mais cedo, apesar de ficarem um pouco acima do esperado (+0,1%), ante previsão de estabilidade, Gomes diz que eles não dão pistas da condução do Fed na próxima semana. A aposta do mercado é de corte, reforçado pela equipe da Capital Economics de 0,25 ponto percentual (pp). “Os dados ainda não se deterioraram o suficiente para justificar uma mudança maior de 50 pp, embora esperemos uma desaceleração gradual do crescimento econômico nos próximos meses”, avalia.