Pecuária

Novos casos de mormo preocupam Rio Grande do Sul

A doença foi registrada em equinos nas cidades de São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha

cavalo
Foto: Pixabay

O Ministério da Agricultura confirmou nesta semana dois novos casos de mormo no Rio Grande do Sul nas cidades de São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha. As incidências foram registradas em dois equinos que tiveram a doença confirmada por meio do exame Western Blotting (WB), que é o exame confirmatório e conclusivo preconizado pelo ministério.

As equipes veterinárias da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul estão tomando todas as medidas de defesa sanitária animal necessárias. Após a constatação dos casos, as propriedades foram isoladas, sendo proibida a saída ou entrada de animais, até que sejam feitos todos os procedimentos de sanidade. 

“O mormo não tem tratamento ou vacina. É uma zoonose, ou seja, pode ser transmitido para o ser humano, por isso é necessário o sacrifício do animal”, explica Gustavo Nogueira Diehl, médico veterinário e fiscal estadual agropecuário do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria de Agricultura. 

Todos esses métodos para a identificação do mormo no Brasil estão previstos nas inúmeras recomendações da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE ) e foram utilizados por países como os EUA e a Inglaterra, que obtiveram sucesso na erradicação do Mormo.

Pedido suspenso

O Rio Grande do Sul teve seu primeiro caso de mormo em 2015, totalizando 47 focos de junho de 2015 até julho de 2017, quando foi registrado o último caso.

Com isso, diversas associações e entidades envolvidas com equídeos se mobilizaram acreditando que o estado já estaria preparado para obter o status de Zona Livre de Mormo. Mas agora, com os novos casos, o pleito estadual fica suspenso, considerando que um dos critérios que deve ser atendido é de que o estado esteja há pelo menos 3 anos sem registrar nenhum novo foco da doença. Sendo assim, permanece a obrigatoriedade do cumprimento das exigências legais como o Guia de Trânsito Animal (GTA) e apresentação de exames negativos de animais que venham a transitar.

Sinal de alerta

O Sindicato dos Médicos Veterinários no Estado do Rio Grande do Sul (Simvet/RS) emitiu nota após a divulgação de novos casos de Mormo no Estado. A entidade reforça que, desde 2015, quando foi registrado o primeiro caso da doença em solo gaúcho, vem se esforçando no alerta a criadores, usuários e veterinários para o controle e combate à zoonose.

“Desde o aparecimento da zoonose no território gaúcho, o Simvet/RS vem alertando incessantemente também sobre a necessidade de reforço na fiscalização de eventos equestres e no trânsito de animais, relatado na mídia e em reuniões e audiências sobre o tema”, destaca o comunicado. 

Na nota, o sindicato se coloca à disposição para unir esforços com demais entidades e representantes públicos para contribuir da forma que for necessária para que novamente se faça a retomada da busca pelo status sanitário livre do mormo.