O plantio da safra 2019/2020 de soja está um pouco atrasada em Mato Grosso. Segundo o gestor técnico do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), Cleiton Gauer, o quadro ainda não é preocupante. “Está muito parecido com o da temporada 2016/2017”, lembra.
O plantio no estado chegou a 16,35% em 11 de outubro. Na semana anterior, o percentual era de 6,65%. No mesmo período do ano passado, atingiu 27,28%. “Os trabalhos devem normalizar nesta segunda quinzena do mês”, prevê o gestor.
O Imea projeta uma área de 9,776 milhões de hectares plantados com soja em Mato Grosso, aumento de 1,14% ou 110,02 mil hectares em relação à temporada passada. “O incremento reflete, principalmente, a incorporação de áreas de pastagens na parte norte, nordeste e noroeste do estado”, completa.
Este ano, as chuvas vieram mais tarde. “Mato Grosso sofreu com queimadas, seca e chuvas irregulares”, pondera o Gauer. Apesar do atraso na semeadura, ele acredita que a segunda safra de milho ainda não corre risco. “A situação é contornável”, afirma.
A entrega de insumos foi tranquila no estado, sem o registro de “grandes problemas”. Quanto a produtividade esperada para a temporada 2019/2020, o gestor destaca que os meses de novembro e dezembro serão cruciais. “Um déficit hídrico pode representar uma queda de produtividade”, pondera. O instituto estima produção de 33,01 milhões de toneladas.
A comercialização da safra nova está bastante avançada. “Os produtores aproveitaram o dólar alto e os ganhos na Bolsa de Mercadorias de Chicago para negociar”, relata o entrevistado. Cerca de 36% da safra 2019/2020 foi negociada, enquanto chega a 96,85% da safra 2018/2019.