Nas respostas enviadas ao órgão do governo, as empresas alegaram que a união das operações traz benefícios como a racionalização das linhas de produção, sinergia entre plantas industriais, economia administrativa e de custos. Os argumentos não foram considerados suficientes pela Secretaria de Acompanhamento Econômico.
? A presente operação tem a possibilidade de apresentar efeitos líquidos negativos anticompetitivos em algumas concentrações horizontais observadas ? avalia o parecer.
As restrições estão relacionadas à divisão de saúde animal, que formou a Intervet Schering Plough Animal Health. O órgão do Ministério da Fazenda entendeu que, em alguns segmentos, a integração das atividades das duas empresas poderia colocar em risco a concorrência no setor. Por isso, sugeriu que a Schering venda ativos da Intervet em até três meses e que o eventual comprador não detenha mais de 20% de mercado.
De acordo com a Secretaria de Acompanhamento Econômico, o processo será enviado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), ligado ao Ministério da Justiça, que tomará a decisão final. O órgão tem a competência de acatar, recusar ou até fazer novas recomendações para autorizar a fusão entre as duas companhias.
Otimista
O diretor-presidente da Intervet Schering-Plough no Brasil, Fernando Heiderich, afirmou que investimentos deixarão de ser feitos em uma pequena linha de produtos para garantir a concorrência adequada. Ele está otimista e espera que as equipes da Intervet e da Schering Plough no Brasil estejam integradas a partir de agosto.
? O processo está caminhando bem. Estamos otimistas até porque não existem grandes alterações ? disse o executivo ao Agribusiness Entrevista.
E acrescentou:
? Estamos otimistas de que rapidamente as autoridades locais poderão nos dar uma posição quanto a isso.
A entrevista na íntegra será exibida nesta terça-feira, dia 22, pelo Canal Rural.
Líder de mercado
Segundo a Schering Plough, a Organon Biosciences foi adquirida da Akzo Nobel N.V. por 11 bilhões de euros à vista. A fusão expande os negócios na área de saúde humana e cria uma companhia líder global em saúde animal.
A expectativa de faturamento para este ano na área de saúde animal é de US$ 3 bilhões, somando os faturamentos das duas empresas. No Brasil, a projeção é de US$ 450 milhões, um crescimento de 11% na comparação com 2007.