O mercado da soja está de olho no desenvolvimento da safra dos Estados Unidos e continua aguardando o desenrolar da guerra comercial entre os norte-americanos e chineses. Nesta semana, o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou o sentimento do mercado e trouxe cortes relevantes para a produção e estoques dos EUA na temporada 2019/2020, o que provocou uma sequência de altas na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).
Acompanhe abaixo os fatos que merecem atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são de Luiz Fernando Roque, analista da consultoria Safras & Mercado.
- O mercado mantém as atenções centralizadas no clima para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos e nos novos capítulos da guerra comercial entre EUA e China. Além disso, os players devem continuar digerindo os números do relatório de julho do USDA, divulgado na quinta-feira, dia 11.
- A última rodada de conversas entre representantes do alto escalão dos governos dos EUA e da China não trouxe grandes novidades. O mercado permanece pessimista com relação a assinatura de um acordo comercial. Tal fato deve continuar impedindo ganhos maiores nos contratos futuros em Chicago, limitando os movimentos de alta.
- As condições iniciais das lavouras norte-americanas de soja permanecem trazendo preocupações. Com apenas 53% das lavouras em boas ou excelentes condições, este é o pior início do desenvolvimento em anos. Apesar deste fato, ainda é cedo para qualquer definição sobre a produtividade e produção da nova safra.
- O clima permanece como principal fator de atenção para os próximos meses. Havendo condição climática regular nos próximos 100 dias, é possível que vejamos uma grande recuperação das lavouras, culminando em uma produtividade final elevada. Mas, se o clima não ajudar, podemos ver uma grande quebra na safra norte-americana. Os próximos 14 dias devem ser de tempo seco e temperaturas elevadas na maior parte do cinturão produtor, aumentando as preocupações.
- O USDA confirmou o sentimento do mercado e trouxe cortes relevantes para a produção e estoques dos EUA na temporada 2019/2020. Tal fato traz fôlego para Chicago no curto-prazo. Apesar disso, a indicação de estoques finais acima do esperado para a temporada atual é fator que limita os ganhos. Mesmo com possíveis perdas na nova safra, apenas o retorno da demanda chinesa por soja norte-americana é capaz de trazer alívio para os estoques dos EUA, retirando a pressão de baixa sobre as cotações no médio prazo.