Em Rio Brilhante, centro-norte de Mato Grosso do Sul, a tecnologia vem sendo usada para amenizar o impacto das estiagens nas lavouras de soja, que são mais comuns na região. Com a ajuda do celular dá para acompanhar, a cada semana, como está o desenvolvimento da lavoura e entender o que está dando errado e fazer a correção em tempo.
É a terceira safra seguida que o produtor Evandro Nogueira Barboza divide sua atenção entre a lavoura e o celular! Mas se engana quem pensa que ele está perdendo tempo em algum grupo de mensagens. O aparelho na mão é sinônimo de trabalho. Com um aplicativo ele monitora tudo o que acontece no desenvolvimento da sua soja.
“Consigo acompanhar a operação do plantio, tratos culturais, pulverização, horário da pulverização, velocidade, E até se a área ficou toda pulverizada. As imagens de satélite dão o monitoramento do desenvolvimento da cultura em si. Se há alguma área prejudicada, seja por erro de pulverização, de plantio ou um evento climático, como chuva de granizo ou seca”, diz Barboza.
Os veranicos são normais na região de Rio Brilhante. Os produtores de soja enfrentam essa situação pelo menos uma vez ao longo da safra. Por isso é comum encontrar esse tipo de investimento em tecnologia. É uma maneira que os produtores encontraram para manter ou aumentar a produtividade, mesmo com as adversidades climáticas.
O levantamento do sistema de informações geográficas do agronegócio mostra que, mesmo com as estiagens, a produtividade no município foi maior que a de outras regiões do estado na safra passada.
Em Maracaju, principal produtor do estado, a média produtiva da soja é de 46 sacas por hectare. Em Dourados, 45. Em Ponta Porã, 42 sacas por hectare. Enquanto isso, em Rio Brilhante, esse número é de 53 sacas por hectare.
“Agricultura de precisão, taxa variável, consórcio milho safrinha e braquiária, tudo isso vem para tentar amenizar esse clima adverso que tem na nossa região. É notável, nos anos bons, o aumento nas médias de produtividade devido ao incremento de tecnologias”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Rio Brilhante, Luciano Manfio.
O aplicativo que o produtor Barboza está usando tem um custo anual de R$ 15 por hectare. Para ele, não é muito, considerando que as informações de cada talhão ficaram mais precisas.
“Eu acredito que não tem volta, a tecnologia veio para ficar. A gente vai ter que fazer esse monitoramento e acompanhar porque se a gente não produzir, teremos prejuízo. Tem que acompanhar a produtividade. sempre buscando melhorias”, afirma ele.