Os preços da arroba do boi gordo caíram R$ 3,55 na comparação do da sexta-feira, 29, com o fechamento da segunda, 2. O indicador do boi gordo Esalq/ B3 saiu de R$ 231,35, até então o novo recorde, para R$ 227,80 por arroba.
Apesar dessa queda, alguns analistas afirmam que o valor da arroba do animal não deve recuar aos patamares de antes dessa expressiva alta. Segundo Leandro Bovo, sócio-diretor da Radar Investimentos, os preços podem cair no início de 2020, mas alerta, ‘não se pode esperar preços como os praticados antes da repentina alta do boi gordo’.
Demanda aquecida
Essa disparada nos preços acontece principalmente pela demanda aquecida pela carne bovina brasileira. A China, um dos maiores importadores do nosso produto, passa por um surto de peste suína africana que já dizimou cerca de 40% do plantel de suínos. Com isso, o país asiático tem procurado outros tipos de proteínas.
Outro motivo da alta é a pouca oferta de animais no mercado. Isso acontece porque no passado, muitas vacas foram abatidas. Sem fêmeas, não há bezerros e consequentemente boi gordo no futuro.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) alerta, inclusive, para uma possibilidade de aumento no número de abates de vacas neste momento. Com essa dificuldade de os frigoríficos encontrarem boi gordo disponível no mercado, o pecuarista pode ser estimulado a descartar as fêmeas. O fato pode fazer com que os preços do leite subam já no próximo ano, diz a entidade.