Apesar do atraso no plantio em alguns estados, a safra brasileira de soja deverá ser cheia, em torno de 120 milhões de toneladas, consolidando a primeira posição do país no ranking mundial de produção em 2019/2020. A previsão é do presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, em entrevista concedida durante o evento Agrocenário 2020.
“No Paraná, onde o plantio teve início no país, a falta de chuvas atrasou a semeadura. Este comportamento se expandiu para o Mato Grosso do Sul e Goiás. Também tivemos problemas no Matopiba, onde o plantio está pela metade, em regiões que os trabalhos teriam que estar concluídos”, disse.
Segundo Braz, mesmo mais tardia, a safra se desenvolve bem, apesar da chance de ter alguma perda pontual de produtividade e, aumento nos custos para combater a ferrugem. “Isso pode adiar o início do plantio da safrinha de milho”, diz. “Mas a expectativa é de uma grande safra de soja, resultando em renda para o produtor e beneficiando o país. Claro que estamos falando de soja e tudo pode acontecer em um período de 30 dias”, conta Braz.
Guerra comercial
Em relação ao conflito tarifário entre China e Estados Unidos, Braz espera que um consenso seja atingido logo. “Essa indefinição só traz incertezas ao mercado. O produtor pode se motivar a plantar mais e depois teríamos um mercado superofertado”, afirma o presidente da Aprosoja.
Segundo ele, houve um aumento das vendas brasileiras para os chineses, mas a soja foi negociada por preços baratos, não resultando em grandes ganhos em termos de renda. Para ele, a briga comercial não é interessante, pois atrapalha e traz desequilíbrio ao mercado. “Já somos suficientemente competitivos. Somos sólidos”, acrescenta.