A meteorologia indica que o próximo ano será de neutralidade climática, o que traz variação no regime de chuvas e na temperatura, segundo a meteorologista Desirée Brandt. Por enquanto, os modelos não mostram o frio chegando mais cedo, mas isso pode mudar. O plantio do grão pode sofrer atrasos, porque a safra de verão acabou sendo afetada pela demora na chegada das chuvas. “Se a janela do milho segunda safra sofrer novos atrasos, o risco para pegar geadas lá na frente aumenta”, diz.
A segunda safra de milho de 2020 deve começar um condições climáticas melhores que as apresentadas em 2019, porque terá mais umidade em importantes regiões produtoras, como Paraná e Mato Grosso do Sul.
Em janeiro, a previsão é de chuva acima da média no Centro-Oeste. “Isso já trará umidade ao solo para áreas de produção, como o oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Triângulo Mineiro, cerrado mineiro e parte de Goiás”, conta. Em fevereiro, o quadro bastante chuvoso deve se manter e se espalhar.
Já em março, a chuva pode começar a falhar em um período importantíssimo: o do desenvolvimento dos grãos. “Não vai secar completamente, mas os períodos de seca serão maiores. E como em março faz calor, a evapotranspiração pode ser bastante elevada”, diz.
Em abril, as precipitações voltam aos poucos, ficando abaixo da média apenas em parte de Minas Gerais. Maio, por sua vez, deve reduzir as chances de chuva, mas nada fora da média histórica. “Com volumes mais concentrados no sul de São Paulo e Paraná”, afirma.
Segundo Desirée Brandt, alguns modelos já indicam chuvas bem acima da média em junho, ápice da colheita do milho segunda safra. “Precisamos ficar de olho porque, mais do que risco de geada, é o excesso de chuva que tem potencial para atrapalhar”, finaliza.