Líder na produção nacional de milho, Mato Grosso colheu mais de 32 milhões de toneladas do cereal em 2019. Deste montante, 95% já foram comercializados. Com pouco menos de 1,5 milhão de toneladas para atender a uma demanda firme – e que tem se mostrado crescente – o resultado, claro, não poderia ser outro: grão valorizado e com preços em escalada. Quem tem produto guardado aproveita para fazer bons negócios… ou mantém o estoque parado, aguardando que o preço melhore ainda mais.
É o caso do agricultor Rogério Berwanger, que é presidente do Sindicato Rural de Jaciara. Com bastante milho estocado no armazém fazenda, ele tem recebido ofertas generosas pelo cereal: R$ 40 a saca, e sem descontos de grãos avariados. . Com isso, já viu o preço médio de venda da produção dele ultrapassar os R$ 36 a saca
“A cada semana que passa o preço sobe mais um pouco, levado pela demanda diante da escassez do produto. Eu acho que vai bater os altos preços que tivemos em 2017, que chegaram a R$ 42 a saca aqui na nossa região. É um preço muito ‘remunerador’ para o produtor”, comemora.
Na fazenda do agricultor Silvino Bortolini, também em Jaciara, restam apenas 140 toneladas (2,3 mil sacas) estocadas no armazém. Bem diferente dos últimos anos, quando nesta mesma época era comum ver os silos com mais da metade da capacidade tomada pelos grãos. A estrutura comporta ao todo 150 mil sacas. “Hoje tem corretor procurando milho e oferecendo R$ 40 a saca. Já está em R$ 35 / R$ 36 a média nossa esse ano. E vai parar por aí, porque no silo restam poucas cargas. Se tivesse mais, venderia”, comenta.
O município de Jaciara está localizado no sudeste de Mato Grosso, região que normalmente registra as melhores cotações. De novembro para cá, o preço médio do milha na região saltou cerca de 15%, segundo os números do Imea: de R$ 29,40 para R$ 34,10 a saca. Vale lembrar que os preços praticados atualmente estão muito acima da média conseguida pelos agricultores no estado. O valor médio de comercialização da safra, segundo o Imea, está em R$ 28,20 a saca.