Trigo

'Janela mais curta para o milho 2ª safra pode estimular plantio de trigo'

Se isso acontecer, a oferta doméstica do cereal pode ser maior no último quadrimestre do ano e pressionar as cotações no segundo semestre, aponta o Cepea

trigo lavoura
O centro de estudos destaca que, no entanto, os custos de produção seguem mais favoráveis ao milho do que ao trigo. Foto: Daniel Popov

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) avalia que a possibilidade de uma janela mais curta para o plantio de milho segunda safra no Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul e os preços mais altos do trigo podem estimular o cultivo deste cereal em 2020.

“No Rio Grande do Sul, onde há porcentual expressivo das áreas que acabam recebendo apenas culturas de coberturas de solo, também poderá haver maior cultivo de trigo. Se isso acontecer, a oferta doméstica do cereal pode ser maior no último quadrimestre do ano, o que tende a impactar sobre as cotações em todo o segundo semestre deste ano”, disse o Cepea em relatório sobre a cultura.

A entidade ressalva, porém, a questão do custo de produção em algumas regiões. Para a região de Cascavel (PR) o custo operacional efetivo (COE) por hectare de milho segunda safra em novembro foi de R$ 2.841,64, enquanto para o trigo foi de R$ 2.018,98/ha.

“Dada as condições de custos e preço de venda de ambos em novembro, para pagar para o COE o produtor necessitaria atingir, no mínimo, produtividade de 85 sacas por hectare no caso do milho e de 60,3 sacas/ha no caso do trigo. Porém, as médias de produtividade das últimas cinco safras na região paranaense foi de 92,3 sacas/ha para o milho segunda safra e de 42,2 sacas/ha para o trigo. Assim, as condições médias ainda parecem mais favoráveis para o milho de segunda safra do que para o trigo.”