Amorim cobra postura mais realista nas discussões sobre a Rodada de Doha

Para chanceler brasileiro, reunião desta segunda foi necessária, mas não serviu para nadaO ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a Rodada de Doha, discutida atualmente na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra (Suíça), será concluída caso se chegue a um equilíbrio entre realismo e ambição. Para Amorim, a reunião desta segunda-feira, dia 21, foi "necessária, mas não serviu para nada".

? Isto é uma balança entre ambição e realismo e precisamos de um pouco dos dois se realmente quisermos concluir, o que não pode é que se tenha a ambição contra os países em desenvolvimento e o realismo no lado dos desenvolvidos, e é o que parece ? afirmou o chanceler brasileiro.

 

De forma geral, os países ricos pedem acesso aos mercados industriais das nações emergentes, e os países em desenvolvimento querem que os ricos diminuam suas tarifas para seus produtos agrícolas e reduzam consideravelmente os subsídios internos.

Perguntado sobre se os Estados Unidos (EUA) deram alguma indicação sobre o corte de seus subsídios, Amorim disse que não tinham assinalado nenhum número, embora tenha lembrado que Washington deveria fazer um corte considerável nos números anunciados anteriormente.

? Tínhamos a proposta do G20, mas se mostrou modesta devido à situação dos preços das matérias-primas ? acrescentou o ministro.

Nas rodadas de negociação anteriores, os EUA anunciaram uma base de US$ 13 bilhões anuais e um teto de US$ 16,4 bilhões. Mas dado o aumento do preço dos produtos agrícolas, as ajudas atuais estão em US$ 7 bilhões, e, por isso que, uma vez aceita a ajuda americana, Washington poderia aumentar, não recortar seus auxílios financeiros.