A colheita da safra 2019/2020 de soja já começou em Goiás. No sudoeste do estado, o município de Montividiu tem se destacado na produção do grão, com a ajuda do clima e da topografia. A Expedição Soja Brasil foi lá conferir!
O município, de apenas 13 mil habitantes é destaque na produção estadual de soja. No ano passado, foram colhidas 500 mil toneladas em 136 mil hectares, quarta maior produção do estado, atrás apenas de Rio Verde (1,1 milhão de toneladas), Jataí (1 milhão de toneladas) e Cristalina (860 mil toneladas).
“Isso é muito importante para quem vive aqui, com certeza. Muito importante porque a pessoa consegue cuidar da sua propriedade, da família, da escola”, diz o presidente do Sindicato Rural de Montividiu, Ataídes Rodrigues.
Por lá, a fazenda Brasilanda, da família do produtor Paulo Kompier, a exemplo da maioria das propriedades da região, também teve de enfrentar um período de seca no início do plantio, mas o veranico não comprometeu a lavoura. “Este ano, aparentemente, a planta da soja está mais cheia, com mais vagens. Acredito que a gente possa se surpreender no final na safra e ter um recorde de produtividade comparada ao ano passado”, diz.
A colheita da soja por lá está na casa dos 10% da área, e de onde a oleaginosa saiu já tem milho germinando. Pelo menos nessa região, a janela da segunda safra está garantida.
“Vamos ver se até março terminamos de plantar o milho. Como terei algumas áreas de braquiárias solteiras, a colheita da soja deve se estender até março também”, conta Kompier.
Nessa fase de transição entre a colheita da soja e o plantio do milho, fatores climáticos ainda preocupam e trazem um desafio para o produtor. Pois a soja já pronta para ser colhida não precisa mais de água. Enquanto o milho, que está sendo plantado no talhão ao lado, precisa de chuvas para germinar. “Dizemos o que para São Pedro? Segura um pouco as chuvas ou distribui para o vizinho”, diverte-se o produtor.
Normalmente, o clima costuma ajudar a região e, junto com ele, a topografia. Há relatos de colheita com mais de 80 sacas por hectare. Essa alta produtividade vem atraindo novos produtores e gerando valorização das terras. “Hoje estão cobrando de R$ 90 mil a R$ 100 mil por hectare para adquirir uma propriedade. Para arrendar os valores são de 15 a 18 sacas por hectare. Menos não consegue, não”, diz Rodrigues.
Segundo o produtor Kompier, a terra por lá não é só cara, é difícil de achar mesmo. “Aqui não acha. Só se for debaixo da unha. Estávamos de olho na terra do vizinho, mas ele decidiu plantar cana. Se ele quiser arrendar, eu pego. Se ele quiser vender, também negociamos. Está difícil achar terra aqui. Vale muito, mas é boa e produtiva”, afirma.