A economia da China deve recuperar-se em breve dos impactos negativos da epidemia de cononavírus caso as fábricas fechadas devido ao surto voltem logo à operação, disse a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.
“Se as interrupções do vírus terminarem rapidamente, esperamos que a economia chinesa se recupere em breve. O resultado seria uma queda acentuada no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na China no primeiro trimestre de 2020, mas apenas uma pequena redução para o ano inteiro”, disse ela, em um artigo publicado no blog do FMI.
“As repercussões em outros países permaneceriam relativamente pequenas e de curta duração, principalmente devido a interrupções temporárias na cadeia de suprimentos, ao turismo e a restrições de viagens”, acrescentou.
Por outro lado, se o surto durar muito e for mais severo, a desaceleração econômica chinesa seria mais acentuada e prolongada. “Seu impacto global seria amplificado através de interrupções mais substanciais na cadeia de suprimentos e uma queda mais persistente na confiança dos investidores, especialmente se a epidemia se espalhar para além da China”, disse.
“Mesmo nos melhores casos, no entanto, a taxa projetada de crescimento global ainda é modesta em muitas partes do mundo”. Em janeiro, o FMI revisou para baixo sua projeção de alta do PIB global este ano, de 3,4% para 3,3%, e para 2021, de 3,6% para 3,4%, depois da alta de 2,9% em 2019.
Segundo Georgieva, o coronavírus é atualmente a incerteza econômica mundial mais urgente, e o surto não estava previsto em janeiro. “A economia global está longe de ser sólida. Embora algumas incertezas tenham diminuído, novas surgiram. A verdade é que a incerteza está se tornando o novo normal”.
Por fim, ela destacou que as políticas fiscal e monetária têm feito sua parte. “O afrouxamento monetário adicionou aproximadamente 0,5 ponto percentual (pp) ao crescimento global no ano passado. Quarenta e nove bancos centrais cortaram as taxas 71 vezes como parte da ação monetária mais sincronizada desde a crise financeira global”.