O coronavírus não gerou prejuízos às exportações brasileiras em fevereiro. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira, 2, pelo Ministério da Economia, o Brasil teve o quarto melhor resultado de exportações para este mês desde a criação da série histórica, em 1989, atingindo superávit de US$ 3,096 bilhões.
Entre os produtos que mais contribuíram para o crescimento da exportação, na comparação com o mesmo período do ano passado, estão o algodão, com aumento nas vendas de US$ 88 milhões e a carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, com US$ 61 milhões comercializados a mais. Na sequência, aparece a carne suína, com um ganho de US$ 52 milhões.
Entre os produtos que tiveram desempenho pior em fevereiro deste ano estão a soja, com US$ 92 milhões comercializados a menos, e a celulose, com déficit de US$ 179 milhões.
China e o coronavírus
Apesar do temor do mercado sobre os impactos do coronavírus, a China, em fevereiro deste ano, importou 20,9% mais produtos brasileiros, tanto da agropecuária, quanto da indústria extrativa e de transformação. No entanto, o Ministério da Economia não descarta a chance do coronavírus causar impactos em março. O subsecretário de inteligência e estatística de comércio exterior, Herlon Brandão, afirma que pode ser que a doença afete as exportações brasileiras em março.
“O comércio exterior é contratado com antecedência de geralmente três meses, já as carnes são negociadas com período mais curto. Mas mais metade da soja já está vendida e já começamos a exportar, o efeito [do coronavírus] não é imediato”, diz.
Apesar da projeção, Brandão mantém uma visão otimista, ressaltando ainda o aumento na arrecadação dos exportadores por conta da alta do dólar. “Nós temos uma redução no preço da soja. Se cai em dólar, a rentabilidade do exportador cresce por conta da desvalorização da moeda. Então esperamos grandes volumes embarcados de soja por conta da desvalorização do real”, afirma.