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Soja: China importa 14% mais do mundo e 25% menos do Brasil

Apesar de parecer um resultado ruim, vale lembrar que no começo de 2019 os dados foram atípicos, já que a China não comprou nem um grão de soja dos EUA

soja no porto de Paranaguá
Foto: APPA

As importações totais de soja pela China nos primeiros dois meses de 2020 aumentaram 14,2% em relação ao ano anterior, mostraram dados oficiais da Administração Geral de Alfândega. Já do Brasil, no mesmo período, os chineses compraram 25% menos soja, ante 2019.

A China, o principal mercado mundial de soja, comprou 13,51 milhões de toneladas da oleaginosa em janeiro e fevereiro, ante 11,83 milhões de toneladas no ano anterior. Vale lembrar que aumentaram as cargas dos Estados Unidos após uma trégua comercial no final de 2019. Os dados do início do ano na China geralmente são distorcidos pelo feriado do Ano Novo Lunar de uma semana, enquanto este ano a epidemia de coronavírus também interrompeu amplamente os negócios.

Brasil sai perdendo?

A China comprou 25% menos soja do Brasil no primeiro bimestre de 2020. O total foi de 4,682 milhões de toneladas agora, contra 6,317 em 2019, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Isso até poderia parecer um grande revés, mas não é. Na verdade, o Brasil segue bem nas exportações avalia o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez.

“Antes de mais nada é preciso lembrar que no começo de 2019 a guerra comercial entre China e Estados Unidos tinha acabado de começar e toda a demanda chinesa se voltou para o Brasil, não comprando nada dos americanos. Agora, o Brasil segue como principal exportador para os chineses, mas divide a demanda com os EUA”, afirma.

Uma olhada rápida em dados da Secex, anteriores a 2019, é possível notar que os patamares atuais são iguais aos de 2017 e 2018, por exemplo, na casa das 4 milhões de toneladas nestes dois meses.

“Exportações fortes de soja no 2º semestre do Brasil não é o normal. Isso era uma distorção que começou em 2018, com o começo da guerra comercial entre China e EUA. A partir deste ano, a tendência é que os embarques comecem a voltar para a normalidade, ou seja, o Brasil tem vendas fortes no 1º semestre e o 2º o volume cai bastante, afinal a China buscará soja nos EUA”, diz Gutierrez.

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