O relatório de março da consultoria Agro do Itaú BBA, para a cultura da soja, mostra que os preços do grão nacional ainda serão os mais atrativos para o mercado internacional em março. Isso deve favorecer as exportações. Além disso, a análise aponta que os produtores brasileiros continuarão tendo boas possibilidades para trocar a colheita por insumos ainda compensará, mesmo com o dólar elevado.
Pontos destacados para ficar de olho em março:
A despeito das recentes notícias positivas para o preços da soja em curto prazo, as cotações em Chicago tendem a seguir influenciadas negativamente pela chegada da safra sul -americana, com grande destaque para a expectativa produção recorde do Brasil, além das incertezas em relação ao controle do coronavírus (covid-19). O fator que mais preocupa agora é que, apesar de os casos estarem diminuindo na China, sua propagação tem acontecido de maneira mais rápida para outros países.
Algum suspiro para as cotações pode ocorrer caso seja observado um aumento mais substantivo das exportações dos Estados Unidos para a China. Entretanto, em condições de mercado – como a sugerida pelo governo chinês na assinatura da fase 1 do acordo comercial – a soja brasileira é mais competitiva e deve seguir com a principal origem da importação da China em curto prazo. Para a safra 2020/2021, no entanto, já trabalhamos com um cenário de recuperação das vendas norte-americanas para os chineses.
Em termos locais, apesar da esperada redução dos prêmios nos portos com a chegada da safra, os preços tendem a se beneficiar pelo real desvalorizado. Adicionalmente, os ganhos de logística ,como o fim da pavimentação da BR-163, já são sentidos no valor dos fretes e devem contribuir para a melhor precificação nas praças influenciadas por tais melhorias de infraestrutura.
Sobre a safra 2020/2021, embora as relações de troca com fertilizantes tenham piorado frente ao mês anterior, ela ainda é atrativa sob uma perspectiva histórica . Isso sugere que a fixação das cotações do grão concomitante a aquisição do insumo pode ser uma boa estratégia de gestão de risco.
Fevereiro
Segundo a consultoria o mercado de soja teve um final de fevereiro muito positivo em relação aos preços do grão, tanto na Bolsa de Chicago, quanto no mercado interno, por conta da alta do dólar.
“Dentre elas, podemos destacar o anúncio chinês de flexibilização das sobretaxas tarifárias sobre a soja norte-americana e os sinais de aumento de impostos sobre o grão exportado na Argentina.”
Além disso, as primeiras estimativas do Departamento de Agricultura do Estados Unidos (USDA) para a safra 2020/2021 apontaram para uma redução significativa dos estoques finais do grão.
“Isso porque o governo americano espera que as exportações voltem para os níveis pré-guerra comercial, ou seja, um aumento de quase 8 milhões de toneladas em relação ao anterior chegando a 58 milhões de toneladas.”
Já no Brasil os preços foram beneficiados pela elevada desvalorização cambial do real frente ao dólar e o atraso na colheita.
“A boa demanda de esmagamento no mercado interno também tem ajudado a sustentar os prêmios nos portos. Em janeiro, o esmagamento no Mato Grosso, por exemplo, foi 5,5% superior ao observado no mesmo mês em 2019. A cotação da soja em Paranaguá subiu 5,3%, fechando o mês negociada a R$ 89,90 por saca. No mesmo período do ano passado o preço oscilava ao redor de R$ 78 por saca.”