O aumento de casos de coronavírus no Brasil, o isolamento social e as restrições impostas pela doença não afetaram o mercado doméstico de café e não impactaram nas exportações da commodity. “O mercado físico perdeu um pouco de liquidez, mas nada fora do normal para este período de entressafra”, avaliou o analista da Safras Consultoria, Gil Barabach.
Segundo ele, as exportações perderam ritmo, movimento que já era esperado. “Enfim, tivemos pouco efeito prático. A maior preocupação se volta para o início da colheita, que começa em abril no conilon”, completa o analista, destacando que o comprador, inclusive, ainda está bem presente no mercado, abrindo preço e sondando diariamente.
O mercado físico brasileiro de café apresentou preços firmes no início da semana. As cotações foram sustentadas pela valorização do arábica na Bolsa de Nova York e pela subida do dólar na segunda. Houve alguns negócios no dia, regionalizados e envolvendo pequenos volumes.
No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa ficou em R$ 580,00/585,00 a saca, contra R$ 575,00/580,00 de sexta-feira. No cerrado mineiro, preço de R$ 590,00/595,00, contra R$ 580,00/585,00 do dia anterior.
Exportações
As exportações brasileiras de café em grão em março chegaram a 2,128 milhões de sacas de 60 quilos no acumulado do mês até o dia 22, com receita chegando a US$ 286,8 milhões, e preço médio de US$ 134,70.
Como comparação, em fevereiro de 2020 as exportações brasileiras de café em grão totalizaram 2,810 milhões de sacas, e alcançaram 3,205 milhões de sacas em março de 2019.
Já a receita média diária obtida com as exportações de café em grão foi de US$ 24,907 milhões na terceira semana de março (16 a 22). A média diária é de US$ 21,126 milhões, 9,1% menor no comparativo com a média diária de fevereiro de 2020, que fora de US$ 23,230 milhões.
Em relação a março de 2019, quando a receita média diária dos embarques totais de café atingira US$ 24,348 milhões, a receita média de exportações de café de março/2020 até agora no acumulado é 13,2% menor.
Abastecimento
A Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), entidade que representa as indústrias de café torrado e moído do Brasil, cujas empresas associadas são responsáveis por mais de 85% do mercado interno de café.
“Apesar dos problemas logísticos e operacionais causados pela pandemia do COVID-19, o abastecimento do café seguirá normalmente afim de garantir que não haverá falta do produto nas prateleiras dos mercados, padarias e demais locais de vendas”.