Agronegócio

Boi gordo tem queda de 4,5% no mercado futuro na B3

Investidores correram pra vender depois da notícia de uma possível paralisação dos frigoríficos habilitados para exportação para China

Amanheceu e mais um dia de incertezas iniciava na bolsa de valores brasileira. A movimentação na B3 começou com a queda de 4,5% no boi gordo para o mercado futuro. A bolsa tem um mecanismo de limite de baixa que impede a oscilação em mais de 4,5%, quando comparado ao fechamento anterior, que para hoje seria de R$ 185,30, na praça São Paulo. A cotação do boi gordo para o mês de maio atingiu esse índice e tumultuou o mercado financeiro.

Leandro Bovo, diretor da Radar Empreendimentos, explica que o motivo desta queda repentina, já que o mercado se mostrava bastante firme, foi uma notícia mal interpretada, divulgada nesta manhã de terça-feira (31). O título da manchete dizia que as habilitações de frigorífico do Brasil de exportação para a China, haviam sido paralisadas por conta do coronavírus. 

Os investidores levaram um susto e a reação no primeiro momento foi vender o mercado futuro e sair dos papéis, gerando a queda no preço. “Na verdade o que foi paralisado é a habilitação de novas plantas e isso não é uma notícia relevante, porque ninguém tinha expectativa muito forte de habilitação de novas plantas agora no curto prazo, no meio desse tumulto. Porém muitas pessoas interpretaram que tinham sido paralisadas as habilitações vigentes e acabou gerando um tumulto muito grande, uma queda forte no mercado, caindo no mês de maio em 4,5%, analisa Leandro.

Mesmo que a notícia de hoje não tenha passado de uma confusão, a dica do especialista é que quem tiver os custos bem direcionados e puder vender neste momento tendo lucro, a hora é agora, porque a longo prazo o susto de hoje pode ser uma realidade. 

“Eu acho que tem que travar agora, porque se a gente imaginar que estamos passando a maior crise da história recente da humanidade, depois da segunda guerra mundial, e os preços do boi caíram ao redor de 5% do que estava antes desse tumulto, então a gente tá saindo meio ileso disso. Quem está com uma margem adequada nos preços indicados pelo mercado futuro até maio, que é o final da safra, tem que tentar ser o mais conservador possível e sair desse olho do furacão, travando o preço. Essa é a recomendação em geral para todos agora, finalizou.