O agronegócio observou altas nos valores de frete para transporte de grãos em março. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), na última semana, os custos subiram até 10,5% em parte do país, refletindo a menor disponibilidade de caminhoneiros e a demanda aquecida.
O economista da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Daniel Furlan, conta que a alta do dólar é o principal motivo, pois gerou um cenário de preços de soja atrativos e, consequentemente, uma maior intenção de venda por parte dos produtores. “Os números de exportação e os line ups mostram isso”, diz.
Segundo as duas entidades, a pandemia de coronavírus também impactou os serviços de frete, pois desencorajou caminhoneiros a aceitarem fretes para alguns trechos por medo de não encontrarem serviços essenciais, como restaurantes e borracheiros.
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“Mas isso está passando. Muitos caminhoneiros estão percebendo que os serviços já voltaram a funcionar em boa parte das rodovias, então eles estão retornando também”, diz Furlan.
O superintende do Imea, Daniel Latorraca, afirma que a tensão das últimas semanas estão diminuindo. “A situação está se resolvendo, mas obviamente que isso pode mudar no dia a dia. A expectativa é de que o mercado tenha voltado à normalidade”.