A confiança dos empresários chegou a crescer inclusive nos primeiros três meses deste ano, quando o país sentiu com mais força as turbulências provocadas pelos temores de uma crise nos Estados Unidos, mas cedeu na enquete feita em junho (correspondente ao segundo trimestre de 2008).
Segundo a CNI, o Icei ficou em 59 pontos, em uma escala até 100. Nela, níveis acima de 50 são considerados positivos.
O índice ficou 3 pontos abaixo do medido no primeiro trimestre do ano (62 pontos) e 1,3 ponto menor do que o obtido no segundo trimestre do ano passado (60,3 pontos). O Icei não era tão baixo desde o medido em setembro de 2006 e correspondente ao terceiro trimestre daquele ano (56,6 pontos).
A CNI atribuiu a queda da confiança à “deterioração das condições da economia brasileira e à redução do otimismo com relação ao futuro”. Para o estudo, foram entrevistados diretores e executivos de 936 empresas, sendo 164 grandes, 293 médias e 479 pequenas.
Segundo a enquete, a maior queda da confiança foi registrada nas maiores empresas, nas quais o índice caiu 4,1 pontos frente ao primeiro trimestre. Para as pequenos empresários, a baixa foi de 1,8 ponto.
A economia brasileira cresceu 5,4% no ano passado – a maior expansão em uma década – e 5,8% no primeiro trimestre de 2008 frente ao mesmo período do ano passado apesar da retração da demanda internacional provocada pela crise de crédito nos Estados Unidos.
Tanto o governo quanto os economistas, no entanto, prevêem que o crescimento começará a desacelerar no segundo trimestre e que o país poderá fechar o ano com expansão de perto de 4%.
O crescimento está ameaçado pelo aumento da inflação, que, segundo economistas, este ano superará o teto da meta do governo (6,5%) devido ao aumento dos preços dos alimentos e pela elevação da taxa básica de juros como ferramenta de o Banco Central combater a inflação.
Segundo a pesquisa semanal Focus, o Brasil fechará o ano com juros em 14,25% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12,25% ao ano, a maior do mundo.