Pecuária

Embarque de gado vivo prejudica setor de carnes no RS, diz sindicato

Só no último fim de semana foram embarcados 20 mil animais no Porto de Rio Grande, com destino à Jordânia

Embarque bois
Foto: Fernando Dias / Seapdr

O Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs) divulgou nesta sexata-feira, 3- um documento manifestando preocupação com a previsão de exportação de um grande volume de gado vivo ainda em 2020. A expectativa para este ano é de exportar mais de 200 mil animais.

No documento, dirigido a políticos e empresários, os dirigentes apontam que quando o estado vende gado vivo para outros países, deixa de gerar empregos, renda e impostos na indústria da carne e de outros setores como coureiro calçadista, de móveis, limpeza, cosméticos e outros que utilizam a matéria-prima dos frigoríficos em suas produções.

“Quando falamos em frigorífico, a parte mais visível é a carne. Mas é uma atividade que movimenta diversos setores da economia”, explica Ronei Lauxen, presidente do Sicadergs. De acordo com o documento, o volume que deverá ser exportado este ano é suficiente para suprir cinco frigoríficos médios, que geram 1,5 mil empregos diretos e 6 mil indiretos. “Só em ICMS relacionado à carne, o Rio Grande do Sul deixa de arrecadar R$ 25 a 30 milhões”, estima Lauxen. 

O Sicadergs acredita que o caminho correto seria estimular a permanência desta matéria-prima em solo gaúcho. O estado possui plantas habilitadas a exportar para países como Turquia e Jordânia, os principais destinos destas cargas. “Existe o fator religioso, já que o abate para países islâmicos é diferenciado, mas a exemplo do que ocorre na indústria de aves e suínos, esse tipo de abate também pode ser feito por aqui”, finaliza Ronei.