O mercado físico de boi gordo teve um mês marcado por severa instabilidade em março. “Os frigoríficos reagiram na medida em que a pandemia de coronavírus causou transtornos, tanto no âmbito doméstico como no cenário internacional”, disse o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.
Segundo ele, os grandes frigoríficos brasileiros enfrentaram dificuldade para escoar a produção para a União Europeia, com os procedimentos adotados lá e cá afetando drasticamente os padrões de consumo. “Com restaurantes e outros estabelecimentos fechados, os cortes nobres de carne bovina sofreram um baque. No Brasil, o consumidor se voltou aos cortes de menor qualidade e também para a carne de frango”, disse Iglesias. Com isso, os preços da arroba do boi gordo na modalidade à vista nas principais praças de comercialização do país estavam assim no dia 3 de abril:
- São Paulo (Capital) – R$ 197 a arroba, contra R$ 200 a arroba em 28 de fevereiro.
- Goiás (Goiânia) – R$ 185 a arroba, ante R$ 190 a arroba.
- Minas Gerais (Uberaba) – R$ 189,00 a arroba, contra R$ 192,00 a arroba.
- Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 185,00 a arroba, estável.
- Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 172,00 a arroba, ante R$ 185,00 a arroba.
Para o mês de abril, com as políticas de isolamento social mantidas, o viés é incerto para o mercado de carne bovina, em meio à queda nas vendas internas e externas. Assim, é bastante provável que os frigoríficos comecem a pressionar os pecuaristas por preços mais baixos para a matéria-prima, assinalou Iglesias.
Exportações
As exportações de carne bovina in natura do Brasil renderam US$ 555,4 milhões em março (22 dias úteis), com média diária de US$ 25,2 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 125,9 mil toneladas, com média diária de 5,7 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.410,50.
Na comparação com fevereiro, houve baixa de 8% no valor médio diário da exportação, perda de 6,9% na quantidade média diária exportada e queda de 1,3% no preço. Na comparação com março de 2019, houve ganho de 8,8% no valor médio diário, queda de 8,2% na quantidade média diária e ganho de 18,6% no preço médio. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).