O padrão de chuvas no Brasil deve mudar no fim de abril, de acordo com a previsão do tempo. As precipitações devem diminuir no Brasil central e retornar a Mato Grosso do Sul e aos estados do Sul. “Em Camaquã (RS), entre o fim de abril e decorrer de maio, vamos alcançar acumulados de três dígitos”, afirma o meteorologista Celso Oliveira, da Somar. Segundo ele, a chuva ajudará a repor a água dos mananciais e a aumentar a umidade do solo para instalação do trigo.
O segundo semestre tem uma projeção de umidade mais favorável ao Nordeste do Brasil. Já para o Sul, a expectativa é de um cenário ainda mais preocupante. “Com o resfriamento das águas do oceano Pacífico, mesmo que não se configure um La Ninã, a promessa é de outra safra complicada para os produtores, não só do Rio Grande do Sul, mas também de Santa Catarina e Paraná, além da Argentina”, diz Celso Oliveira.
Curto prazo
A diminuição da chuva até agora favoreceu a rápida aceleração da colheita no oeste da Bahia. A umidade do solo está alta em diversas áreas do Matopiba — formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Nos próximos dias, segundo a previsão do tempo, algumas cidades importantes desta fronteira agrícola voltarão a receber chuvas, o que deve interromper novamente a colheita.
Uma frente fria que passou rapidamente pelo Sul e provocou ventania e altos acumulados em alguns locais como Apucarana (PR) vai estacionar entre o norte de Minas Gerais, Espírito Santo e sul e oeste da Bahia, trazendo de 80 a 100 milímetros nos próximos dias.