A soja terminou a semana passada, mais curta ponta do feriado, com preços enfraquecidos no mercado brasileiro, segundo acompanhamento da consultoria Safras. Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros se valorizaram na quinta-feira, 9, ante medidas do banco central americano para apoiar o país em meio à pandemia de coronavírus.
- Soja: comercialização da safra atinge 73,9%, contra 48,3% há um ano
- Soja: USDA reduz projeções para as safras do Brasil e da Argentina
Mas o que aguarda o agricultor nesta semana? O analista Luiz Fernando Roque lista pontos de atenção, que têm potencial para mexer com as cotações da oleaginosa.
- Os mercados mundiais continuam muito atentos a novidades sobre a evolução da pandemia de coronavírus e sobre as ações governamentais ao redor do mundo para impedir o avanço das mortes e diminuir os impactos econômicos derivados das restrições e paralisações de importantes setores da economia mundial;
- A divulgação semanal de dados econômicos dos EUA e da Europa, epicentros atuais da pandemia, tornam-se fundamentais para uma maior clareza sobre o verdadeiro tamanho dos problemas nas principais economias do mundo e sobre até quando durarão. Dia após dia os mercados devem refletir estes dados;
- As incertezas permanecem, e embora o pior pareça já ter passado, ainda esperamos muita volatilidade nas próximas semanas;
- A Bolsa de Chicago deve continuar acompanhando o mercado financeiro de perto, sem uma tendência e sem suportes definidos. A pressão negativa que impede a retomada da linha de US$ 9,00 na primeira posição permanece;
- Os players também devem continuar digerindo o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de abril;
- O órgão americano trouxe número mistos, mas não teve grandes surpresas. O relatório foi considerado neutro por indicar estoques nos EUA acima do esperado e estoques mundiais abaixo do esperado;
- Os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional fecham o quadro de fatores;
- Os chineses permanecem demandando muita soja brasileira, e tal fato não deve mudar até junho. Já a partir do segundo semestre, devemos ver uma forte queda nas compras chinesas de soja brasileira, com a demanda asiática migrando com força para o mercado americano para honrar o acordo comercial firmado em janeiro.