O Banco Mundial, em relatório divulgado neste domingo, 12, projetou que por conta da crise do novo coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil irá ter queda de 5% neste ano. Em 2021, a expectativa é de expansão de 1,5%, e em 2022, crescimento de 2,3%.
Já o relatório Focus, divulgado toda segunda-feira pelo Banco Central, ainda que mais conservador, também aposta em uma piora na retração da economia brasileira em 2020. Já para o câmbio, houve um aumento na projeção em relação à semana passada.
Apesar da diferença na estimativa de queda do PIB brasileiro em 2020, observada nas projeções de Banco Central e Banco Mundial, o que muitos economistas concordam é que mesmo depois de quase um mês de quarentena em algumas cidades do brasil, é muito cedo para mensurar os impactos econômicos da pandemia.
“Essa pesquisa Focus traz um consenso dos economistas do mercado, com uma queda de 2% no Pib. Na verdade, há uma dificuldade muito grande de calcular essa queda, pois acabamos de observar os efeito do coronavírus e ainda vamos passar pelo processo de quarentena. A gente , no banco, estima uma queda de 2,5% no PIB neste ano, com uma queda muito grande no segundo trimestre de cerca de 5%. Acreditamos que a quarentena vá durar até meados de maio e a economia reagiria após a retomada, fechando a 2,5%”, disse o economista-chefe do Banco Hoitong Brasil, Flávio Serrano.
Segundo Serrano, no entanto, caso a pandemia e o isolamento seja ainda maior, a queda será refletida no PIB de maneira mais intensa.
Dólar
Para muitos economistas, a alta do dólar pode ser ilimitada diante do comportamento do mercado nesta crise. Para Flávio Serrano, no entanto, essa não é uma verdade absoluta.
“O câmbio é flutuante, mas tem um balanço de pagamentos com a balança comercial. Além disso, cerca de 20% do PIB brasileiro é de reserva internacional. A questão do câmbio pode continuar piorando por causa da crise mundial, mas a gente imagina que, uma vez passada a crise, o real poderia se valorizar um pouco em relação ao dólar”, disse.
A questão do dólar, segundo o analista, é que ele deverá continuar volátil enquanto a crise durar. “Quando a pandemia de dissipar, e tivermos um cenário de maior previsibilidade, teremos menos volatilidade. Aumentando as exportações do Brasil, poderemos retomar a valorização do real”, contou.