Na tarde desta quinta-feira, Brasília foi tomada pelo suspense em torno da situação do ministro da Justiça, Sergio Moro. Segundo alguns veículos de imprensa, ele teria pedido demissão após Bolsonaro exigir a troca de comando da Polícia Federal.
Com esse clima de indecisão, o mercado reagiu fortemente e o dólar subiu 2,21%, passando dos R$ 5,50 pela primeira vez na história e terminando o dia a R$ 5,5285. De acordo com o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, essa preocupação do mercado vez desde a apresentação do Plano Pró-Brasil, que envolve cerca de R$ 300 bilhões para investimento em infraestrutura e não teve a participação do ministro da Economia Pau Guedes.
“Alguns assessores de Paulo Guedes questionaram a questão do dinheiro, o que já causou uma estranheza no mercado”, disse.
Sergio Moro
“O que está por trás dessa situação do Sergio Moro vem das notícias do fim de semana, quando o presidente Bolsonaro esteve presente nas manifestações que pediam fechamento do Congresso. Isso resultou em um pedido do STF para que a Polícia Federal iniciasse uma investigação, o que não agradou o presidente”.
Segundo Daoud, houve uma conversa entre Bolsonaro e Moro, e o ministro não aceitou os pedidos de Bolsonaro para trocar o comando da PF, que é um assunto antigo.
A assessoria de Sergio Moro disse que ele não vai pedir demissão, mas também não disse se vai ficar. Ninguém declarou nada.
Impactos
Segundo Daoud, o Brasil demonstra uma incapacidade de enfrentar uma crise como essa que estamos vivendo. “Nós vivemos um momento de pandemia, onde deveríamos estar unidos e estamos brigando em torno de política. Quando acontece no presente um cenário que não demonstra uma confiança no futuro, o mercado reage”.
“Isso fez com que o dólar subisse ainda mais e o principal motivo foi esse. As pessoas precisam entender que a informação está onde está o dinheiro, e desde ontem o mercado vem aumentando o interesse por dólares. Esse aumento do dólar está relacionado a uma falta de expectativa sobre uma força política necessária para fazer o Brasil voltar a crescer”, completou.