As perspectivas para a safra 2020/2021 de cana-de-açúcar foram avaliadas positivamente e estima-se que o volume de moagem na temporada deve se aproximar dos 600 milhões de toneladas, mas não superá-las, diz a consultoria Canaplan, contrariando expectativas de outros participantes do mercado.
Em uma live promovida nesta quinta-feria, 23, o analista Nilceu Piffer Cardozo afirmou que o clima deste ano deve ser mais seco do que no ano passado e que a área de semeadura permanece igual. O que deve ser definido de acordo com os efeitos da pandemia é o ritmo da moagem. “Vai ser mais lenta se o auxílio do governo for tardio”, disse.
Os analistas acreditam que a concentração da moagem ocorrerá mais ao final de 2020 e início de 2021, visto que os efeitos do novo coronavírus são máximos e as medidas públicas tardias. Sendo assim, a moagem chegaria a 594,5 milhões de toneladas e com produtividade de 77 toneladas por hectare.
A projeção para o mix sucroalcooleiro nesse caso é de 44% para açúcar, com cerca de 33,94 milhões de toneladas, e 56% para produção de etanol, que pode chegar a 26,67 bilhões de litros.
A possibilidade de um aumento na produção de açúcar em relação à temporada passada roubou o foco do mercado depois que a disseminação da doença aumentou. “Hoje os preços despencaram e nós não sabemos se o novo coronavírus vai afetar só os preços ou se vai prejudicar a própria operação da safra”, disse Cardozo.