O atraso do ciclo da soja em Mato Grosso do Sul fez com que muitos produtores perdessem a janela ideal para o plantio do milho segunda safra. Segundo André Figueiredo Dobash, presidente da Aprosoja do estado, a área plantada neste ano teve uma redução de 9% em comparação à safra passada. “Cada dia que você ultrapassa a janela ideal tem uma redução média de um saco por hectare, no mínimo. É muito arriscado plantar milho fora da janela”, comentou.
Um dos maiores desafios é combater as pragas. A lavoura do Juliano Schmaedecke, no sul do estado, sofreu vários ataques nesta safra. “A parte de percevejo foi muito severa e a parte de lagartas temos o pulgão e cigarrinha, que estão incomodando”, ressaltou Schmaedecke.”
Além disso, o fator climático compromete a produção. No dia 13 de abril, também no sul do estado, foi registrado uma forte chuva de granizo. A previsão é de geada no mês de junho e segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a temperatura pode chegar próximo de zero grau.
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“Muitas áreas poderão vir a sofrer se geada realmente se confirmar. Elas [áreas] foram plantadas após o período de 10 de março, que já é tarde. Então, ela [lavoura] entra em junho numa fase sensível e a geada, podendo acontecer, corre o risco de dano e o risco de perda é significativo.”
A boa notícia é que o preço do milho tem compensado os prejuízos. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, em abril a saca de 60 quilos foi comercializada, em média, a R$ 46,41. No mesmo período do ano passado, o cereal foi vendido por R$ 28,32, uma alta de 63,88%. “Ele [produtor] tem que ter consciência plena no que ele gastou para fazer essa cultura e de quanto ele precisa para pagar seus custos. A gente tem visto preços da ordem de R$ 35 aqui em Mato Grosso do Sul, o que garante uma boa remuneração, acrescentou o presidente da Aprosoja MS.”
