Empresa de arames mantém empregos e ajuda a consertar respiradores

Setor teve que mudar a rotina de seus funcionários para evitar a contaminação pela Covid-19; em parceria com o Senai, foi responsável por consertar 120 respiradores quebrados

Durante esse período de isolamento social, o agronegócio brasileiro não parou e tem sido fundamental, não só para garantir alimentos, mas também para manter funcionando várias empresas ligadas ao setor.

Esse é o caso da maior fabricante de arames do país, que vem conseguindo salvar vidas e empregos. Desde que a chegada do novo coronavírus no Brasil, a empresa fez uma série de mudanças na rotina dos 3,6 mil colaboradores para minimizar o risco de contágio pela Covid-19.

Logo na entrada, duas medidas são obrigatórias: a medição da temperatura corporal e a higienização das mãos. Médicos estão disponíveis para detectar qualquer sintoma e o refeitório que teve o horário de funcionamento ampliado.

A direção também concedeu férias antecipadas e estimulou o home office para reduzir o número de trabalhadores na unidade. “Tudo isso que a gente investiu teve retorno. Tivemos apenas três colegas contaminados, e já estão recuperados. Acho que tudo isso ajudou”, disse o presidente da Belgo Bekaert, Ricardo Garcia.

Outra medida adotada pela empresa foi criar alternativas para evitar que os funcionários utilizassem o transporte público. Para aqueles que têm carro, a empresa ofereceu um auxílio combustível e uma vaga no estacionamento. Já para aqueles que pudessem vir pedalando, ofereceu um lugar para guardar a bicicleta e a autorização para o colaborador, se quiser, trabalhar de bermuda.

“Fizemos inclusive um convênio com lojas esportivas para que as pessoas tivessem desconto para comprar roupas esportivas, para comprar um capacete e isso pegou muito bem porque as pessoas começaram a ter uma forma mais saudável de acessar a empresa sem correr o risco de ser contaminado no transporte público”, disse Garcia.

Para evitar demissões, a empresa precisou reduziu 30% dos contratos de trabalho por dois meses. E, se não fosse a demanda do agronegócio, o estrago seria bem maior. “ O agro andando bem ele minimiza os impactos de outros setores que estão sofrendo muito, como o setor automotivo que tem uma cadeia muito forte instalada no Brasil, onde a gente faz parte. Então eu acho que a agro vai minimizar o prejuízo não só para nós, mas como para a economia do Brasil.”

Apesar das dificuldades financeiras, a empresa investiu R$ 30 milhões  em ações sociais e no combate à Covid-19. Em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), escalou técnicos voluntários para o conserto de 3,6 mil que estavam quebrados nos hospitais. “A gente já recuperou uns 120 respiradores desde que começamos e a estatística fala que cada respirador desse salva 10 vidas, então, com o que a gente fez até hoje, dá para falar que a gente salvou cerca de 1.200 vidas com esse trabalho que é muito bonito do ponto de vista da empresa e do orgulho e satisfação do pessoal que está trabalhando com isso ver que está lá fazendo um trabalho que salva vida. isso realmente não tem preço”, finalizou Ricardo Garcia.