O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reportou nesta terça-feira, 12, seu boletim mensal de oferta e demanda e trouxe as primeiras projeções para a safra 2020/2021. A projeção é que sejam colhidas 406,2 milhões de toneladas de milho na temporada atual no país, alta de 14,6%. No ciclo anterior, a produção atingiu 347,05 milhões de toneladas do cereal. Vale lembrar que na temporada 2019/2020, a safra foi prejudicada pelo clima.
Até o momento, os produtores norte-americanos já semearam 67% da área estimada nesta safra, de 39,26 milhões de hectares, ainda conforme dados do USDA. Em igual período do ano anterior, o percentual cultivado estava em 28% e a média dos últimos cinco anos para o período é de 56%.
Ainda no relatório, o departamento norte-americano indicou os estoques finais de milho no país em 84,29 milhões de toneladas na safra 2020/2021, nível recorde. Para o ciclo 2019/2020, o USDA apontou estoques em 53,30 milhões de toneladas do cereal, contra 56 milhões de toneladas esperados pelo mercado.
“Em função da Covid-19, foi um ‘balde de ‘água fria’ e tira otimismo de recuperação em preço em Chicago, acreditamos que os preços do milho no Brasil devem seguir descolados dos preços em dólar”, explica o analista da Agrinvest Marcos Araújo.
Segundo ele, essa alta nos estoques da atual temporada acontece por conta da diminuição da demanda por etanol, produto final em que o milho é muito utilizado nos EUA. “O volume projetado para estoque na temporada 2020/2021 seria praticamente a safra inteira brasileira de milho estocada”, compara.
Para o Brasil, o USDA estimou a produção do grão em 101 milhões de toneladas na safra 2019/2020. O volume está ligeiramente abaixo do projetado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje, de 102,3 milhões de toneladas, nas três safras de milho. Em abril, a estimativa era de 101,8 milhões de toneladas do cereal.