Mercado e Cia

‘Taxas propostas para o Plano Safra não têm sentido’, diz Daoud

Comentarista critica os encargos estudados para a próxima temporada e afirma que setor deveria ter uma atenção maior por parte do governo

O Canal Rural adiantou, com exclusividade, as taxas de juros do Plano Safra 2020/2021. Segundo fonte do Ministério da Agricultura, para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), os juros aplicados seriam de 3% a 4% ao ano, portanto menores do que os da safra atual, de 4,6% ao ano. Para os produtores de porte médio, a taxa será de 5,25%, contra os 6% hoje aplicados. Para os demais produtores, que atualmente pagam juros de 8% ao ano, o plano traria taxa anual de 6,5%.

De acordo com o comentarista Miguel Daoud, os encargos propostos estão aquém do que deveria ser praticado. “Os recursos vêm da poupança verde do Banco do Brasil e dos depósitos à vista que cresceram muito nos últimos tempos. Sabe qual o custo deles para o banco? Zero. Mas os bancos colocam um spread nas costas do produtor rural, gerando uma taxa que não tem sentido”, argumenta.

O comentarista questiona o comprometimento do governo com a agropecuária brasileira. “No Momento em que estamos vivendo, a taxa de juros deveria ser zero. Os bancos é quem estão ganhando. Por que só a agricultura não está tendo nenhuma consideração neste momento de crise?”, pontua.

Daoud afirma que a situação de endividamento enfrentada por muitos produtores e os encargos nesses níveis vão tirar a rentabilidade do agricultor que ainda está ativo. “O governo deveria pensar com seriedade, porque é o único setor com capacidade para tirar o Brasil desta letargia econômica”, defende.