Café: Londres fecha com perdas seguindo queda do arábica em NY

A Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (ICE Futures Europa) para o café robusta encerrou as operações desta terça-feira com preços acentuadamente mais baixos. 

A desvalorização do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e a queda do petróleo pressionaram o robusta no mercado futuro londrino. A entrada da safra brasileira, com a colheita evoluindo e devendo confirmar uma produção recorde, segue pesando sobre as cotações, tanto em NY quanto em Londres. 

O adido agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Hanói está estimando a safra de café 2020/21 do Vietnã em 30,2 milhões de sacas, contra 31,3 milhões de sacas em 2019/20, uma queda de 3,5%, diante de condições climáticas desfavoráveis. 

Conforme relatório do adido, “inúmeros fatores estão afetando a cafeicultura vietnamita neste ano”. Dados da climatologia confirmaram chuvas abaixo do normal e temperaturas acima da média nas principais regiões produtoras de café do país, fazendo emergir preocupações quanto à produtividade. Ao mesmo tempo, a Covid-19 afetou o comércio global, acarretando em significativas rupturas na logística e na demanda. 

 Por fim, o café robusta vietnamita está enfrentando uma competição mais acirrada com o café conilon brasileiro e o café robusta de outros países, diminuindo as exportações. Como resultado, os preços do café pagos ao produtor caíram para os níveis mais baixos dos últimos anos, inchando os estoques.

Após cair para 26,3 milhões de sacas em 2019/20, contra 27,4 milhões de sacas em 2018/19, as exportações de café do Vietnã deverão se recuperar modestamente em 2020/21, totalizando 26,850 milhões de sacas, levando em conta uma esperada melhora demanda para o café robusta e também nos preços.

 Os estoques finais da safra 2020/21 do Vietnã estão estimados em 5,5 milhões de sacas, contra 4,6 milhões de sacas em 2019/20. Já o consumo doméstico de café no país asiático deverá aumentar 100 mil sacas em 2020/21, passando para 3,2 milhões de sacas.

Os contratos para entrega em julho/2020 fecharam o dia a US$ 1.221 a tonelada, com desvalorização de US$ 29, ou de 2,3%. Setembro fechou a US$ 1.247 a tonelada, com queda de US$ 16, ou de 1,3%.

Por Agência Safras