Tempo

Chuva em excesso prejudica lavouras de inverno e pastagens no Sul

De acordo com a Somar Meteorologia, a tendência é que as precipitações diminuam na segunda quinzena do mês, mas ainda chove neste fim de semana

O Sul do Brasil sofreu com a irregularidade da chuva desde novembro de 2019 até perto do fim de maio, quando uma frente fria de forte intensidade colocou um fim à estiagem e aumentou os índices de água disponível do solo. Acontece que desde então, as frentes frias não pararam de chegar ao Sul do país, levando temporais de grande intensidade e até mesmo ciclones extratropicais e tornados para a região.

Esse quadro climático bem antagônico, em primeiro lugar, deixou diversos produtores animados com o retorno da umidade, mas para alguns, os problemas com o excesso de chuva já vem aparecendo.

O produtor de azevém Júnior Roberto Meuer, de Jardinópolis (SC), reclama que as plantas estão apodrecendo com o excesso de umidade e que acamaram com a ventania provocada pelo possível tornado na tarde da quarta-feira, dia 10. No município, a média de chuva em junho é de 161 milímetros. Este ano, no entanto, choveu 217 milímetros só na primeira quinzena do mês, cerca de 34% mais, segundo dados da Somar Meteorologia.

“Vou ter uma perda de 40 a 50% neste azevém no primeiro corte, com uma qualidade inferior de 30%, isso representa perdas na alimentação do gado. Vou perder em eficiência alimentar e lucratividade porque vou ter que entrar com outros incrementos para o gado”, diz Júnior, que também é produtor de leite. O custo para os produtores de leito aumentam com as intempéries climáticas. “Contra o tempo não temos o que fazer”, finaliza.

De acordo com as previsões do tempo, a tendência é das chuvas diminuírem na segunda quinzena no Sul do Brasil, mas ainda vai chover neste fim de semana. No sábado, 13, uma frente fria avança pelo oceano sobre a região Sul. A chuva começa aos poucos a perder força sobre o Rio Grande do Sul e alterna com períodos de tempo nublado, mas não se descarta ainda alguns temporais localizados na metade norte gaúcha e norte de Santa Catarina. A chuva chega ao sul e leste do Paraná à noite, ao mesmo tempo que as instabilidades vão cessando no Rio Grande do Sul. Atrás da frente fria vem uma nova massa de ar polar, que vai derrubar as temperaturas novamente.

No domingo, 14, o destaque será o frio intenso especialmente no Rio Grande do Sul e serra catarinense, principalmente durante a manhã, que promete ser bastante gelada e até com formação de geadas. Algumas cidades do interior gaúcho e até mesmo a região metropolitana de Porto Alegre podem ter a manhã mais fria do ano neste domingo. Em Erechim, a mínima prevista para o domingo é de apenas 5 °C.

Enquanto isso, áreas de instabilidades ainda atuam do oeste de Santa Catarina a grande parte do Paraná, com exceção do norte do estado. Nessas áreas, ainda há condições para chuva, com volumes baixos e sem risco para temporais.

A tendência é que a semana comece com tempo firme em grande parte do Sul. A nebulosidade aumenta e as temperaturas não ficam tão baixas. Os temporais retornam ao Rio Grande do Sul na quarta-feira e até o fim da semana espalham para outras áreas da região.