Dólar sobe mais de 3% com temor de segunda onda de Covid-19  

O dólar comercial tem alta firme frente ao real e amplia os ganhos em sessão de forte aversão ao risco global, subindo mais de 3%, em meio ao receio de uma segunda onda de contaminação pelo coronavírus após a China e alguns estados norte-americanos registrarem novos casos de Covid-19 após o relaxamento das medidas de isolamento social. Diante disso, a moeda local tem a pior performance entre as divisas de países emergentes. 

“Receios de que uma segunda onda de infecções por coronavírus acentuem o declínio econômico global pesam no humor após Pequim e os Estados Unidos relatarem novos casos da doença”, comenta o consultor de câmbio da corretora Advanced, Alessandro Faganello.  

Ele acrescenta que o preço dos contratos futuros de petróleo cai na medida em que aumentam as preocupações de que novos surtos de Covid-19 possam afetar a demanda por combustíveis refletindo em aumento da aversão ao risco.

Além disso, dados de atividade da China abaixo do esperado, como as vendas no varejo que caíram 2,8%, sinalizam que alguns setores ainda enfrentam os reflexos das paralisações na economia, diz Faganello, apesar da produção industrial chinesa ter registrado alta de 4,4% em maio, ambos na comparação anual.  

Às 12h13, o dólar à vista avançava 3,28%, negociado a R$ 5,2120 para venda, depois de operar na mínima de R$ 5,1220 (+1,50%) e renovar máximas a R$ 5,2200 (+3,45%) no maior valor intraday desde 2 de junho. O contrato para julho operava em alta de 3,04%, a R$ 5,2110. Lá fora, o Dollar Index recuava 0,30%, acima dos 97,000 pontos. As principais moedas emergentes se desvalorizavam ante o dólar, com destaque para a queda de 1,7% do peso mexicano.