Ainda é cedo para dizer como seriam os novos contratos futuros de soja que a parceria firmada entre a empresa que controla a Bolsa de Chicago (a CME Group) e a B3, devem lançar no segundo semestre deste ano, mas ambas dão certeza que a junção ampliará o acesso às ferramentas de gestão de risco para as empresas de agronegócio da América do Sul.
Segundo a B3, as empresas trabalharão juntas em um contrato futuro de soja com referência no Brasil, com expectativa de lançamento ainda em 2020, após alinhamentos estratégicos e aprovações dos órgãos reguladores.
“Este novo contrato futuro de soja brasileira foi desenvolvido para atender a demanda dos nossos clientes regionais para hedge e de descoberta de preços aliados à sólida liquidez do CME Group no complexo agrícola, afirma o diretor executivo de Agricultura da CME Group, Tim Andriesen.
O contrato futuro de soja brasileira reforça o acordo de cooperação entre as Bolsas firmado em 2007, para desenvolver serviços de tecnologia e contratos futuros cross-listados. A nova parceria, que inclui os cross-listados de soja CME, amplia o acesso às ferramentas de gestão de risco para as empresas de agronegócio da América do Sul que atuam no mercado de soja e produtos relacionados.
“A expansão estratégica da parceria com o CME Group trará benefícios ainda maiores aos nossos clientes, fornecendo uma referência especificamente relacionada aos preços de exportação da soja brasileira,” aponta Louis Gourbin, superintendente de Commodities da B3. “À medida que a parceira cresce, também aumentam as possibilidades em explorar novos produtos para a gestão de risco visando trazer soluções comerciais baseadas na América do Sul para o mercado global.”
Contratos já existentes
Alguns produtos já existem na B3 para atender o mercado brasileiro. Veja as opções:
Futuro de Soja com Liquidação Financeira
A produção de soja atende a uma cadeia de diversos produtos acabados derivados do farelo e do óleo provenientes do processamento do grão, ambos insumos para a cadeia de alimento animal, saúde, uso industrial e a produção de biodiesel.
O período de safra de colheita da soja, historicamente, é percebido entre os meses de janeiro a junho. Já a entressafra, no segundo semestre do ano, quando normalmente se observa uma baixa oferta de grãos ao mercado.
O contrato foi desenvolvido com o objetivo de ser uma ferramenta para a gestão do risco de oscilação de preço, sendo utilizado pelos participantes do mercado, como o produtor, a indústria, tradings, dentre outros.
Minicontrato Futuro de Soja CME
O Contrato Futuro de Soja com Liquidação Financeira pelo Preço do Contrato Futuro Míni de Soja do CME Group, ou simplesmente Futuro de Soja do CME, faz parte da gama de produtos da parceria entre B3 e CME Group.
O preço do Contrato Futuro de Soja divulgado pelo CME Group é amplamente utilizado como referência para a negociação da commodity e de seus derivados em mercados internacionais. Ainda, a criação deste derivativo possibilitou ao investidor brasileiro acessar produtos referenciados nesse preço sem ter acesso direto ao mercado norte-americano.
O contrato é negociado em dólares dos Estados Unidos (USD). A cotação difere do seu contrato de referência da Bolsa de Chicago, o qual é cotado em USD/bushels. No entanto, utiliza-se o mesmo preço de ajuste do contrato negociado no mercado norte-americano.
Este contrato não está autorizado para negociação por investidores residentes nos Estados Unidos via sistema de roteamento de ordens Globex – B3 ou via acesso direto ao mercado – modelos DMA 3 e DMA 4.