A taxa de desemprego no Brasil subiu para 12,9% no trimestre encerrado em maio, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada nesta terça-feira, 30, pelo IBGE. O número corresponde a 12,7 milhões de pessoas desempregadas no país.
No mesmo período para 2019, o índice estava em 12,3%, no trimestre até abril deste ano, o desemprego estava em 12,6%, Já o indicador de população ocupada até maio de 2020, que possuía trabalho no período em que a pesquisa era feita, apresentou recuo de recorde de 7,5%, isso significa que 7,8 milhões de postos de trabalhos deixaram de existir no país.
O comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, analisou os dados de emprego no Brasil e no setor do agronegócio.
“O Brasil hoje tem a força de trabalho. São pessoas que estão aptas a trabalhar e que totalizam 90 milhões de pessoas. Destas pessoas, muitas delas trabalham de forma informal, um setor que vem crescendo muito no país, são pessoas que não contribuem com impostos e não possuem registro em carteira”, diz o comentarista.
De acordo com o comentarista, além destas 90 milhões de pessoas, há as cidadãos que estão em um estado de desânimo, por terem perdido seus empregos e estarem desmotivadas para encontrar um novo.
“Diante deste cenário, a estatística tem desvios de padrão que acaba sendo difícil entender o problema, mas de acordo com os meus cálculos, destes 90 milhões que estão aptos a trabalhar, menos da metade estão trabalhando, ou seja, essas outras pessoas estão desempregadas ou estão na informalidade, isso configura um sério problema em relação a nossa força de trabalho”, comenta Daoud.
Segundo o comentarista, são dados que não possuem reflexos imediatos na situação econômica do país, pois refletem os últimos 3 meses anteriores: março, abril e maio. Porém, a pandemia do novo coronavírus começou a se agravar a partir de março e tomou um rumo diferente, com muitos trabalhadores sendo prejudicados.
“Não adianta falarmos de várias reformas, a única reforma que irá ajudar na retomada da economia consiste na desoneração da folha de trabalho, porque a partir do momento em que você desonera a folha de trabalho e modifica as condições trabalhistas, mesmo que temporariamente, você faz com que as empresas sejam capazes de contratar novos funcionários. Então é preciso ter consciência que a recuperação econômica do país só é possível com a retomada dos empregos. Os únicos setores que cresceram foram dos funcionários públicos e o agronegócio, que vem sustentando o pouco de bom que existe na economia brasileira ”, finaliza Daoud.