Para Broch, é necessário que se trabalhe a agricultura familiar, que precisa ter um tratamento especial, não podendo ficar à mercê do livre comércio, necessitando ter mecanismos de salvaguarda para que, em determinados momentos, não seja pega de surpresa com produtos externos.
Broch tem dúvidas, entretanto, sobre o sucesso das reuniões que a Organização Mundial do Comércio (OMC) está realizando esta semana, em sua sede, em Genebra, com objetivo de destravar o comércio global.
? Nós estamos vigilantes, fazendo pressão, no sentido de que esse acordo, caso se realize, o que nós temos dúvidas, possa ser realizado no sentido de se inserir setores da sociedade, no caso, a agricultura familiar ? disse.
O secretário da Contag acredita que corre-se o risco de prejudicar programas de reforma agrária e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que necessitam de políticas públicas e, inclusive, subsídios. Um outro risco, segundo Broch, seria a invasão de produtos de outros países em determinados momentos de crise na economia nacional, o que causaria danos a determinados setores da agricultura brasileira.
O secretário ressaltou que o país possui mais de quatro milhões de propriedades familiares, que participam com grande parte da produção dos alimentos básicos consumidos pela população, como é o exemplo de 65% do feijão, 35% do arroz, 37% da soja e 80% da mandioca produzidos no país.
De acordo com informações da BBC Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que está em Genebra, disse que, depois de um início “em câmera lenta”, as negociações sobre a Rodada Doha de liberalização do comércio mundial começam a “acelerar-se” nesta quarta-feira.