A massa de ar polar que chegou nesta semana ao Sul do Brasil foi mais fraca e as temperaturas mais baixas ficaram concentradas no sul do Rio Grande do Sul e em regiões serranas. Não houve formação de geadas em áreas produtoras vulneráveis no atual momento, como é o caso do Paraná.
No fim de semana uma nova frente fria chega ao Rio Grande do Sul e, entre sábado e domingo, deve ter muita variação de nebulosidade e chuvas fracas sobre o estado.
Na sequência da passagem da frente fria, como é comum nesta época do ano, teremos a entrada de uma massa de ar de origem polar. Na próxima segunda-feira, 13, há previsão de forte queda de temperatura, com chances de geadas apenas no Rio Grande do Sul, principalmente na região da Campanha e fronteira oeste.
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A partir da quinta-feira, 16, a massa de ar polar perde intensidade e se desloca para o oceano Atlântico, com isso o frio não deve atingir nem mesmo Santa Catarina e Paraná, que devem ter apenas queda de temperatura, mas longe do risco da formação de geadas. Mato Grosso do Sul e parte do Sudeste não vão sentir a atuação desta onda de frio.
Aliás, até o fim de julho, não há expectativa de frio intenso, algo que só deve acontecer no início de agosto. Mesmo assim, as últimas atualizações dos modelos numéricos de previsão do tempo não estão indicando riscos para geadas por enquanto em boa parte do Sul.
“A razão do desvio dessas massas de ar de origem polar para o oceano Atlântico está no oceano Pacífico mais frio. As águas mais frias deste último, mesmo sem configurar La Niña, fazem com que os sistemas meteorológicos desviem do continente. Inclusive as chuvas têm ficado mais restritas ao Rio grande do Sul”, explica Paulo Etchichury, da Somar meteorologia.
Segundo ele, em menos de 10 dias, várias cidades do Rio Grande do Sul registraram chuva acima do normal, com até 150 milímetros além da média, principalmente no centro-norte do estado.
A capital Porto Alegre, uma das cidades que tem a estação meteorológica mais antiga, registrou nesta semana a maior chuva em 24 horas para um mês de julho. Na última quarta-feira, 8, o acumulado foi de 109,0 milímetros em apenas um dia. Para um mês de Julho, entre 1916 a 2020, o recorde anterior tinha ocorrido no dia 4 de julho de 2014, com 95,5 milímetros.
“Ijuí, uma das áreas produtoras do norte do estado, já tem volumes quase 20% acima da média do mês e olha que não estamos nem no fim da primeira quinzena. A segunda parte do mês deve ter menores chances para temporais, o que vai permitir a retomada das atividades agrícolas”, afirma Etchichury.