Depois de uma sequência de chuvas, enchentes, tempestades de ventos, ciclone, ressaca marítima e geadas, o Sul deve ter alguns dias, incluindo este fim de semana, de tempo estável, com predomínio de sol e sem indicativo de frio. Esse cenário, que deve se estender pela segunda quinzena de julho, beneficia todos os setores da produção agropecuária.
O retorno do tempo seco vai permitir que os níveis dos rios do Rio Grande do Sul diminuam. Eles ainda apresentam cheias e áreas de inundações, provocadas pelas chuvas das últimas semanas.
Para as lavouras e demais culturas de inverno, o tempo seco combinado com o aumento da insolação favorece o desenvolvimento das plantas e, sobretudo, causa uma boa condição fitossanitária das lavouras.
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No caso do Rio Grande do Sul, o período seco nos próximos dias vai permitir a continuidade do plantio do trigo, especialmente no nordeste do estado, que planta mais tarde que as outras regiões.
No Paraná, o destaque fica por conta do milho segunda safra, que também comemora um período seco, pois favorece o amadurecimento final das lavouras plantadas mais tarde e o avanço da colheita das lavouras com ciclo mais precoce. Já o trigo, mesmo com grande parte das lavouras ainda em fase vegetativa, beneficia-se principalmente com a ausência de frio extremo e geadas, condição que contrasta com julho de 2019, quando fortes geadas atingiram as lavouras de trigo em estágios reprodutivos, provocando quebra em torno de 30% na produção paranaense..
Em Santa Catarina, o clima mais firme vai permitir a reconstrução de galpões, aviários e estruturas de proteção das hortas e frutíferas afetados pelas tempestades causadas pelo ciclone-bomba.
Um período seco em geral beneficia os setores de transporte e escoamento das safras, mas principalmente neste momento vai permitir a normalização da operação dos portos do Sul, com destaque para Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS), responsáveis por boa parte da exportação de grãos.
A previsão até o fim do mês é de pouca chuva em todo o Sul. Nesse período, as chuvas devem ficar mais restritas ao Rio Grande do Sul, mesmo lá a indicação é de precipitações de baixos volumes.