O Rio Grande do Sul completou nesta quarta, 5, mais uma etapa decisiva na conquista pelo status de zona livre de febre aftosa sem vacinação. A reunião com os auditores do Ministério da Agricultura para avaliação final sobre a retirada da vacinação terminou nesta tarde.
Uma equipe do governo faz o acompanhamento dos 18 compromissos, mapeados e assumidos pelo estado, em vistoria no ano passado. A auditoria vai garantir ou barrar a chegada da solicitação à Organização Mundial de Saúde Animal.
Neste planejamento, uma das etapas que veio para somar na tentativa de mudança no status sanitário do Rio Grande do Sul é o Programa Sentinela, em operação desde julho nas fronteiras do estado. Os resultados são considerados positivos pelos produtores rurais e técnicos responsáveis.
O programa faz a fiscalização de 1,2 mil quilômetros de faixa de fronteira do Rio Grande do Sul com Uruguai e Argentina para combater o abigeato, como é nomeado crime de roubo de gado.
As equipes gerenciam as atividades em quatro regiões: Jaguarão, Santana do Livramento, São Borja e Santa Rosa, todas áreas de fronteira. O resultado nos primeiros dias da operação foi considerado satisfatório, segundo o coordenador do programa, Francisco Lopes. “O Programa Sentinela contribuiu para segurança do controle do rebanho gaúcho, uma segurança sanitária. Em função de seus pilares, que é a fiscalização de trânsito, o controle destes animais que ficam na faixa de domínio, o famoso gado de corredor. Esses animais, nós não temos conhecimento da origem deles, qual é a sanidade, se são animais vermifugados, se possuem um calendário vacinal, assim como é acompanhado nas propriedades rurais cadastradas, junto ao serviço veterinário oficial”, disse.
A Polícia Militar tem equipes destacadas especialmente para o programa sentinela.Os policiais recebem treinamento especializado em abordagens e tornam o trabalho dos fiscais estaduais agropecuários mais seguro e objetivo. No caso da Polícia Civil, o programa vai ajudar a identificar e reprimir os crimes.
“O programa sentinela vem auxiliar e muito para que esses casos de abigeato venham a reduzir cada vez mais. A Secretaria de Agricultura do estado acerta num momento que promove esta fiscalização, especialmente nas cidades fronteiriças, onde o número de abigeatos ainda é expressivo”, disse o delegado da Polícia Civil e titular da Delegacia Especializada na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decarb) de Bagé, André de Matos Mendes.
Para o produtor rural Aluísio Azevedo, de Pedras Altas (RS), o programa é muito importante para garantir a segurança não apenas nos pastos. “É um programa que veio para solucionar definitivamente um dos problemas graves que nós temos na nossa fronteira, causando muito prejuízo. Também vai ajudar no combate aos animais soltos nas rodovias, podendo causar acidentes e também transmitindo doenças infectocontagiosas”, disse.
O programa recebeu também o apoio da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac). “Nós precisamos exatamente de iniciativas como o Programa Sentinela e precisamos ampliar essas iniciativas, envolvendo também os municípios. A Febrac tem afirmado que os municípios e os prefeitos têm o papel decisivo na questão do abigeato e no controle de sanidade, a partir da venda irregular de carne nos municípios. A Febrac aplaude essa iniciativa da secretaria da Agricultura, aplaude o programa Sentinela”, disse o presidente da entidade, Leonardo Lamachia.