O auxílio emergencial aumentou a renda e reduziu a pobreza no Brasil rural, de acordo com avaliação pesquisadores da equipe de macroeconomia do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP). Segundo estudo da entidade, em maio, 64% da população rural do país teve acesso ao benefício governamental e, em junho, a cobertura aumentou, chegando a 68% dos moradores de domicílios rurais.
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A ampliação dessa cobertura, conforme análise dos pesquisadores do Cepea, favoreceu principalmente os mais pobres. Nos domicílios de mais baixa faixa de renda, a cobertura teria passado de 85% para 92%.
A pesquisa também sustenta que o auxílio emergencial teve grande impacto positivo na renda domiciliar média no período, mantendo o poder de consumo nas faixas mais altas e ampliando nas mais baixas. Graças ao auxílio, a renda média efetivamente recebida pelas famílias da mais baixa faixa de renda teria sido de R$ 956 em junho, valor que representou 362% da renda habitualmente recebida por essas famílias, de R$ 264.
De acordo com o Cepea, o auxílio do governo federal foi essencial para reduzir a pobreza e também a pobreza extrema no meio rural diante da pandemia no período, e o efeito positivo se acentuou de maio para junho. Os pesquisadores calculam que, em junho, o auxílio emergencial foi responsável por retirar 7,3 milhões de pessoas da pobreza extrema no Brasil rural, reduzindo de 27,7% para 3,5% a parcela da população abaixo da linha de pobreza extrema.
Considerando-se a linha mais branda, a redução na taxa de pobreza devido ao auxílio foi de 21,8 pontos percentuais, saindo de 55,6% para 33,8%. Isso evidenciaria que o benefício contribuiu para ampliar o número de pessoas acima da linha de pobreza e reduzir significativamente o número de extremamente pobres no meio rural.