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Entidades do agronegócio lamentam saída de secretários do governo

Para presidente da FPA, Alceu Moreira, a situação é angustiante; já a Aprosoja Brasil pediu esforços para aprovar a reforma administrativa fiscal

Os secretários especiais de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, pediram demissão nesta terça-feira, 12. O anúncio foi feito pelo próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, que deu a entender que os dois estavam insatisfeitos com o andamento dos trabalhos.

Nesta quarta, 12, entidades do agronegócio se pronunciaram sobre a saída desses secretários. Em uma rede social, o presidente da Aprosoja Brasil, Bartolomeu Braz, falou sobre o momento que o Brasil vive por causa da pandemia e que o governo precisa reunir esforços para aprovar com urgência a reforma administrativa fiscal.

Já o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Alceu Moreira, escreveu em uma rede social que”os pedidos de demissão dos secretários são angustiantes”. Moreira escreveu ainda que a saída dos nomes “nos impulsionam com dentes cerrados às lutas das reformas administrativa e tributária”

Em comunicado oficial, o Ministério da Economia informou que os secretários especiais pediram exoneração do cargo ontem ao ministro da economia Depois de se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o ministro Paulo Guedes também confirmou a informação e disse que o motivo da saída dos secretários é a lentidão no andamento das reformas.

“Em nome da transparência o Salim me disse hoje: as privatizações não estão andando, eu prefiro sair. O Uebel me disse hoje: a reforma administrativa não está saindo, eu prefiro sair. De fato, essa é a verdade, eu não escondo. Eu não discordo. (…)  Senhores, quem dá o timing das reformas é a política. Quem tem voto é a política. Se o presidente da Câmara quiser pautar algo é pautado. Se ele não quiser, não é pautado. Se o presidente da República quiser mandar alguma reforma, ela é mandada. Se ele não quiser, não é mandada. Quem manda não é o ministro, quem manda não são os secretários. E o secretário quando o negócio não tiver andando ele pode desistir ou ele pode insistir”, disse Guedes.

Para o comentarista Miguel Daoud, essas saídas da equipe do governo podem iniciar uma nova crise política em Brasília. “Paulo Guedes fez questão de reforçar que o governo precisa obedecer o teto de gastos, pois se isso não for feito, pode haver até pedidos de impeachment contra o presidente Bolsonaro”, disse.

Segundo ele, o governo Bolsonaro nasceu com uma proposta liberal, mas as coisas não aconteceram como muitos aliados previram. “O Congresso Nacional quer resolver o problema do país, mas, antes, quer resolver os problemas deles. E isso gerou insatisfação nos secretários”, contou.