- Boi: na B3, arroba abaixo de R$ 230 apenas em 2021
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Milho: preço se estabiliza ao redor de R$ 62 em São Paulo, diz Safras
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Soja: porto de Paranaguá tem novo recorde com saca valendo R$ 135
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USDA: lavouras norte-americanas de milho e soja têm grande piora após tempestades
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No exterior: entendimento entre China e EUA no âmbito comercial gera ganhos nos mercados globais
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No Brasil: governo adia pacote de medidas econômicas; IPCA-15 e setor externo na agenda
Agenda:
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Brasil: IPCA-15 de agosto (IBGE)
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Brasil: Estatísticas do setor externo (Banco Central)
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EUA: Confiança do consumidor de agosto
Boi: na B3, arroba abaixo de R$ 230 apenas em 2021
Na Bolsa Brasileira (B3), arroba abaixo de R$ 230 apenas em 2021. Nesta segunda-feira, 24, os contratos futuros de boi gordo voltaram a apresentar altas consistentes. O contrato para outubro, o mais negociado, avançou 1,5% e ficou em R$ 234,05 a arroba. O segundo mais líquido, para novembro, também teve forte alta de 1,95% e ficou em R$ 237,50. Dessa maneira, apenas o contrato para janeiro/21 está valendo abaixo de R$ 230.
No mercado físico, a Scot Consultoria voltou a registrar avanço de preços nas praças paulistas e leve recuo no Rio Grande do Sul. O indicador do Boi Gordo Cepea/B3 segue firme rumo ao recorde histórico e ficou cotado em R$ 229,45.
As exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada seguem em ritmo acelerado e alcançaram média diária de 8,2 mil toneladas embarcadas até a terceira semana de agosto. Se este ritmo for mantido até o final do mês, o país exportará um volume total de 172,1 mil toneladas, um recorde para a série histórica, superando outubro do ano passado com 170,5 mil toneladas embarcadas.
Milho: preço se estabiliza ao redor de R$ 62 em São Paulo, diz Safras
A saca de milho parece ter encontrado um ponto de equilíbrio de curto prazo ao redor de R$ 62 com base nos preços de Campinas em São Paulo, de acordo com levantamento da consultoria Safras & Mercado. O acompanhamento trouxe avanços em Cascavel (PR), para R$ 54,50, em Rio Verde (GO), para R$ 51,50, em Ponta Grossa (PR), para R$ 55 e em Sorriso (MT) para R$ 46. O indicador do Cepea alcançou dezenove dias consecutivos de alta, mas tem desacelerado os aumentos nos últimos dias e ficou cotado a R$ 59,93. No acumulado do mês de agosto, a alta chega a 18%. Na B3, o contrato para setembro na máxima do dia voltou a bater R$ 61, mas teve ajuste em R$ 60,53, uma alta diária de 0,55%.
As exportações de milho do Brasil perderam um pouco de ritmo na passagem da semana, de forma que a média diária passou de 350,56 mil para 323,56 mil toneladas. Se o ritmo for mantido até o final do mês, o volume total embarcado em agosto deste ano será menor que o do mesmo período do ano passado. Este resultado pode ser explicado pelo produtor segurando o cereal e pela elevada demanda interna pelo produto, que acaba competindo com o mercado externo.
No exterior, a qualidade das lavouras nos Estados Unidos voltou a piorar e foi além do projetado pelo mercado, de acordo com expectativas coletadas pela Reuters. De acordo com o relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), as lavouras em boas ou excelentes condições passaram de 69% na semana anterior para 64%, sendo que a projeção era de uma piora de apenas 2 pontos percentuais.
Soja: porto de Paranaguá tem novo recorde com saca valendo R$ 135
A consultoria Safras & Mercado voltou a registrar um recorde para os preços da soja no Porto de Paranaguá com a saca valendo R$ 135. No restante do país, preços acima de R$ 130 estão cada vez mais comuns. No Porto de Rio Grande (RS) o preço voltou para R$ 132, Ponta Grossa (PR) tem negócios a R$ 133 e Passo Fundo (RS) a R$ 132. Maringá (PR) e Dourados (MS) tem preços a R$ 131, e Cascavel (PR) e Rondonópolis (MT) em R$ 130. O indicador da soja Esalq/BM&FBovespa – Paranaguá teve novo recuo e ficou cotado a R$ 131,88 a saca. Para o Estado do Paraná, o indicador também recuou e ficou em R$ 125,95.
Em relação às exportações, mesmo faltando seis dias úteis até o final do mês, o total embarcado em 2020 já supera o mês fechado de agosto de 2019. Até a terceira semana de agosto, o país embarcou uma média diária de 337,82 mil toneladas de soja. Caso o ritmo se mantenha, o resultado seria o segundo melhor agosto da série.
No exterior, assim como o milho, as condições das lavouras norte-americanas da soja pioraram além do projetado pelo mercado. As boas e em excelentes condições passaram de 72% para 69%, enquanto a projeção estimava piora de apenas 2 pontos percentuais.
No exterior: entendimento entre China e EUA no âmbito comercial gera ganhos nos mercados globais
Os mercados globais operam novamente em terreno positivo com a indicação de entendimento entre China e Estados Unidos em relação à fase 1 do acordo comercial entre os dois países. O gabinete do representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, comunicou que ele, o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, e o vice-premiê da China Liu Hu, participaram de uma reunião virtual para discutir a evolução do acordo. O comunicado destacou as compras chinesas de produtos americanos e os progressos feitos até agora. O lado chinês destacou que a conversa foi “construtiva” e de alto nível.
Também se soma ao tom positivo, a segunda estimativa para o PIB alemão que mostrou queda menor que a projeção anterior. No radar do mercado ainda persiste a evolução em relação à pandemia e de novos tratamentos e vacinas para combater a doença.
No Brasil: governo adia pacote de medidas econômicas; IPCA-15 e setor externo na agenda
O governo decidiu adiar o lançamento do pacote de medidas econômicos que estava previsto para hoje. De acordo com os jornais brasileiros, as informações são de que o presidente Jair Bolsonaro pretende alcançar um valor maior que o proposto para o programa Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família, além de ser mais abrangente. O mercado tem apresentado preocupações com o aumento do risco fiscal no Brasil em virtude das sinalizações por aumento dos gastos do governo e deve acompanhar de perto a evolução das negociações em torno do pacote.
Na agenda econômica, destaque para o IPCA-15 que irá trazer novas sinalizações importantes para a política monetária e da dinâmica da inflação no Brasil e para as estatísticas do setor externo, que devem mostrar um novo saldo positivo do país em transações correntes, o quarto consecutivo.