A valorização do real, a retomada das exportações argentinas e a queda dos preços internacionais do milho estão intimidando as vendas externas do grão. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimava que elas chegariam a 11,5 milhões de toneladas este ano, 600 mil a mais que em 2007.
Entre janeiro e junho, no entanto, houve um recuo. Foram exportadas 2,9 milhões de toneladas de milho, 300 mil a menos que no mesmo período do ano passado. O Ministério da Agricultura prefere não alterar as previsões iniciais, pelo menos por enquanto. O coordenador de cereais do ministério, Sílvio Farnese, acredita que os preços poderão ficar estabilizados, estimulando as exportações no segundo semestre. Tudo vai depender do comportamento de alguns fatores.
? Nos Estados Unidos não está ainda dimensionada a perda em função das enchentes no meio-oeste. Também aqui no Brasil as geadas do Paraná e Mato Grosso do Sul não estão ainda perfeitamente dimensionadas. Portanto, o mercado ainda não está com a formação de preço perfeita ainda ? afirma Farnese.
Mas a Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil não está tão otimista. A CNA acha que os preços tendem a cair ainda mais com a colheita da safrinha. E, com a falta de estímulo para exportar, o mercado interno é que deve sair ganhando.
? A princípio, nós não teremos problemas de desabastecimento e nem problemas de pressão sobre os preços. E há um ponto que precisa ser pensado que é a formação dos nossos estoques internos de milho, que estão baixos há bastante tempo ? afirma a assessora técnica da CNA Rosemeire dos Santos.