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A arroba do boi gordo bateu recorde no último fechamento. Por outro lado, os preços da soja e do milho estão pressionados

  • Boi: arroba bate novo recorde no indicador do Cepea
  • Milho: preços têm leve recuo no mercado físico
  • Soja: queda do dólar pressiona preços no Brasil
  • No exterior: bolsas operam em baixa na volta do feriado monitorando empresas de tecnologia e relação China-EUA
  • No Brasil: inflação pode ajustar projeções em relação à taxa de juros

Agenda:

  • Brasil: IGP-DI de agosto
  • Brasil: balança comercial da primeira semana de setembro
  • EUA: condições das lavouras americanas (USDA)

Boi: arroba bate novo recorde no indicador do Cepea

O indicador do boi gordo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) voltou a registrar o maior valor da série histórica. A cotação avançou 1,6% na semana e ficou em R$ 240,45 por arroba. Sendo assim, no ano, o preço já acumula alta superior a 16%. A primeira quinzena do mês e o feriado nesta segunda-feira, 7, trouxeram pressões altistas.

Na B3, os contratos futuros se recuperaram dos ajustes negativos do meio da semana passada e tiveram alta na comparação semanal. Dessa forma, a curva avançou 2% em média nesta base de comparação e voltou a ficar inteira acima de R$ 240 por arroba até o contrato para janeiro de 2021.

Milho: preços têm leve recuo no mercado físico

Os preços do milho no mercado físico brasileiro podem ter encontrado algum suporte após quatro dias de baixas. O indicador do Cepea teve um recuo de apenas cinco centavos e ficou cotado a R$ 59,06 a saca. Essa cotação ficou 3,1% abaixo da semana anterior. No levantamento diário da consultoria Safras & Mercado, quedas foram registradas também em Campinas (SP), de R$ 57 para R$ 56, em Paranaguá (PR), de R$ 56,50 para R$ 56 e em Mogiana (SP), de R$ 54 para R$ 53.

Na B3, após três dias de ajustes negativos, os contratos futuros voltaram a ter alta expressiva. A curva subiu em média 3,15% na sexta-feira, 4. Porém, na comparação semanal, o recuo médio foi de 3%. Algum movimento de realização de lucros foi observado, mas a região de R$54/55 pode ter marcado um suporte importante para os preços até o final de 2020 e início de 2021.

Soja: queda do dólar pressiona preços no Brasil

O dólar recuou 2% na semana e na sexta-feira chegou a operar abaixo de R$ 5,25. Assim, o indicador do Cepea para o porto de Paranaguá caiu 1,9% e ficou cotado em R$ 134,08 a saca. A consultoria Safras & Mercado registrou queda em Passo Fundo (RS), de R$ 141 para R$ 140, e alta em Rio Verde (GO), de R$ 125 para R$ 128.

No exterior, o mercado segue monitorando a demanda externa pela soja americana e as condições das lavouras no país, que serão divulgadas nesta terça. Na sexta-feira, 11, destaque para o relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) com a oferta e demanda mundial e norte-americana de grãos.

No exterior: bolsas operam em baixa na volta do feriado

As bolsas europeias e os futuros americanos operam em baixa com o mercado na expectativa da performance das empresas de tecnologia e com novas possibilidades de tensão entre China e EUA. Na semana passada, o índice Nasdaq, composto por empresas globais de tecnologia, teve forte queda e impactou outros índices acionários. Os investidores monitoram se essa classe de ativos irá se recuperar nesta semana.

No radar do mercado também está a possibilidade de a relação entre China e EUA piorar novamente. O presidente Donald Trump afirmou que avalia incluir a maior fabricante de chips do país asiático em lista de restrições de comércio.

No Brasil: inflação pode ajustar projeções em relação à taxa de juros

Na agenda econômica da semana, os destaques são os indicadores de inflação de agosto. Nesta terça, a FGV divulga o IGP-DI e, quarta-feira, 9, o IBGE divulga o IPCA. Os índices gerais de preços têm ficado bastante pressionados com a alta do câmbio e dos preços das commodities. Enquanto que o IPCA tem se mostrado comportado em virtude da baixa inflação dos serviços.

O mercado e o governo têm mostrado preocupação com as pressões altistas dos preços dos alimentos e das commodities agrícolas que pode pressionar as projeções em relação à taxa Selic.