Dados da pesquisa de Produção de Ovos de Galinha realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam o cenário já relatado por colaboradores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) de que a disponibilidade de ovos tem estado elevada no mercado interno, pressionando os valores pagos aos vendedores.
Esse contexto somado à demanda final enfraquecida, principalmente por conta da diminuição da renda dos brasileiros devido aos impactos econômicos causados pela pandemia de Covid-19, que vêm limitando a remuneração de produtores desde maio. Conforme dados do IBGE, entre abril e junho, o Brasil produziu 789,46 milhões de dúzias de ovos para consumo, aumento de 1% frente ao trimestre anterior e de 2,1% na comparação com o mesmo período de 2019.
Vale lembrar também que as exportações – que em outros momentos ajudavam a escoar a produção de ovos – estão baixas neste ano, o que influencia no aumento da disponibilidade doméstica. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), no acumulado dos oito primeiros meses de 2020, o Brasil embarcou 1,3 mil toneladas de ovos in natura, o menor volume para o período em 14 anos. Em agosto, o setor exportou 69 toneladas, o menor resultado para o mês desde 2003.